Montevideo e Punta del Este
Chegamos à Montevideo em uma bela e ensolarada manhã de sábado. O calendário marcava 28/10/2017 e o relógio apontava exatamente 09h23min. Ainda no aeroporto compramos um chip para o telefone e, depois de instalar, pedimos um Uber, que chegou bem rápido. Saímos do aeroporto e fomos até o bairro de Punta Carretas, onde ficava o BIT Design Hotel, reservado através do Booking com alguma antecedência.
No caminho, passando pelas ramblas, já foi fácil perceber que a viagem reservava muitas confirmações e muitas coisas surpreendentes. Muitas pessoas caminhando, jogando conversa fora e aproveitando o dia de uma forma linda de se ver. De plano me encantei com a arquitetura, principalmente dos arredores do hotel em que ficamos.
Por falar em Hotel, vamos começar o relato por ele. O BIT Design Hotel se revelou uma graça. Muito bonito, limpo e confortável. Extremamente bem localizado, a uma quadra do Shopping Punta Carretas, e por um preço super camarada.
Chegamos ao hotel bem antes do horário de check in, então deixamos as bagagens no guarda volumes e saímos para passear pelo bairro. Fomos ao shopping e já almoçamos por lá mesmo, no simpático El Fogon.
De lá fomos à pé até o famoso letreiro com o nome da cidade, que fica na Rambla Republica del Peru, já no bairro de Pocitos. Tiramos algumas fotos, ficamos algum tempo por lá olhando a movimentação e depois fomos fazer o percurso de retorno ao hotel.
No meio do caminho paramos para um café no Café Oro del Rhin, que, além de cafeteria, abriga uma livraria bem interessante. Enfim, o lugar é um charme e vale muito a visita.
Aquecidos pelo café, no meu caso pelo delicioso chocolate quente, continuamos nosso passeio, passando pelo supermercado anexo ao Punta Carretas Shopping, por uma igreja encantadora e chegando ao hotel à noite.
No outro dia acordamos cedo, tomamos café no hotel e fomos até a locadora Europcar, onde havíamos reservado um carro para os próximos dias. Saímos de lá, retornamos ao hotel apenas para fazer o check out e pegar as bagagens e saímos de Montevideo com destino à Casa Pueblo, que fica em Punta Ballena, bem perto de Punta del Este. Chegamos lá por volta das 11, fizemos a visita e já almoçamos por lá mesmo.
O local é muito fotogênico e bastante pitoresco. Coisa de artista mesmo. O lugar, que inicialmente foi idealizado para ser simplesmente a casa de verão de Carlos Paez Villaró, agora é um museu e também um hotel, que conta com um restaurante aberto para não hóspedes. Se paga uma taxa para entrar no restaurante, que, ao final, é abatida do consumo. O restaurante é bacana e a comida estava ótima. Mas o diferencial mesmo é a vista. Espetacular.
Terminamos nosso almoço, andamos mais um pouco pelo local e depois seguimos para um mirador bem próximo, que rendeu excelentes fotos da Casa Pueblo.
De lá seguimos para Punta del Este, onde chegamos no meio da tarde. Fomos direto ao hotel que havíamos reservado, The Grand Hotel, que não é tão grande assim, mas é maravilhoso. Muito confortável, com todos os detalhes para uma estada perfeita. Conta com quartos espaçosos, área de lazer com piscina ao ar livre e piscina interna aquecida, além de jacuzzi, restaurante e salão de jogos.
Não aproveitamos todos os mimos do hotel porque queríamos conhecer a cidade, mas ainda assim valeu muito à pena escolher um hotel bacana para os três dias em Punta. Como chegamos à tarde, fizemos um passeio bem rápido pelas redondezas, caminhando pela praia Brava.
À noite, tivemos um jantar maravilhoso no Lighthouse, restaurante do hotel, que é aberto para não hospedes e muito bem avaliado. Só de olhar as fotos já dá pra entender porque as avaliações eram tão boas. A apresentação dos pratos estava linda e o sabor também. Além da refeição maravilhosa, ainda foi possível harmonizar com um vinho oferecido pelo hotel como presente de boas-vindas.
No outro dia, pela manhã, acordamos cedo, tomamos café no hotel e fomos até o monumento Los Dedos, onde tiramos algumas fotos. Embora seja conhecida por esse nome, a escultura, feita pelo chileno Mario Irarrázabal, foi batizada por seu criador de “Hombre emergiendo a la vida”, e é unânime nas fotos Dos turistas que visitam a cidade.
Durante nossa visita ao monumento, tivemos que ser discretos para na atrapalhar um morador local que descansava por ali, como podemos ver na foto abaixo.
Deixamos o carro estacionado por ali e fomos passear pela cidade a pé, para aproveitar melhor e viver cada momento sem as preocupações com o trânsito. Andamos alguns quilômetros pela rambla e depois entramos na cidade para chegar até a Igreja La Candelária, que fica praticamente do lado de um lindo farol (Ah como eu amo faróis…).
Depois de alguns minutos por lá decidimos cortar caminho pelas ruas da cidade e fomos descendo até a Plazoleta Grã Bretanha, onde o mar se encontra com o rio da Prata. É nesse ponto que estão as Sirenitas de Punta. Confesso que esperava mais. As tais sereias estão meio maltratadas, mas ainda assim vale uma passadinha por lá.
Continuamos pela rambla até a região do Porto, mas antes de chegar lá paramos em uma Pizzaria bem fast food chamada Piazzarela, onde tivemos nosso almoço. Logo depois, seguimos para o Porto, que é muito bonito e conta com simpáticos leões marinhos, bem acostumados a turistas, pelo que notei.
Saímos de lá e cruzamos a cidade de volta até o local onde havíamos deixado o carro, passando pela Avenida Gorlero, parando em algumas lojinhas de souvenires. Depois de algum tempo de caminhada chegamos ao local onde havíamos parado o carro de manhã. Pegamos o carro e fomos fazer um lanchinho no Café L’auberge, que fica anexo ao hotel de mesmo nome, no bairro conhecido como Beverly Hills. É nesse café que servem um waffle de doce de leite MARAVILHOSO. A visita é imperdível. Tanto pela guloseima quanto pelo lugar, que é lindo.
Retornamos para o Hotel, descansamos um pouco e, à noite, fomos jantar no 481 Gourmet. Escolhemos o local com base nas avaliações do Trip Advisor e foi uma escolha maravilhosa. Restaurante intimista, aconchegante, com uma comida excelente e atendimento impecável.
Havíamos planejado ficar três dias em Punta del Este, então o próximo dia seria nossa despedida. Para aproveitar ao máximo, acordamos cedo e fomos passear pelas outras praias famosas da região, La Barra, Montoya e Bikini, todas desertas. Esticamos um pouco mais para conhecer ainda o Faro de José Ignacio (já falei que gosto de faróis?) e a bizarra Puente Laguna Garzón.
Tentamos conhecer a fábrica de doces Narbona, mas não encontramos ninguém por lá. Também não tivemos muita sorte com a Colinas de Garzón, pois o estabelecimento estava fechado. Aliás, a cidade inteira estava bem tranquila e muitos lugares fechados na época em que fomos, em virtude de a época de temporada começar mais para o meio de dezembro.
Como voltamos cedo para Punta, fomos ao shopping da cidade, que é bem pequeno. Ficamos alguns minutos por lá e depois fomos até a Praia Mansa, onde tivemos o privilégio de apreciar um pôr do sol lindíssimo. Muitas fotos depois, voltamos para o hotel, de onde saímos no dia seguinte para retornar a Montevideo.
Saímos cedo de Punta e fomos direto para a vinícola Juanicó, onde fizemos nossa primeira degustação de vinho da viagem. Não havíamos reservado antes, então estávamos dispostos a ir até lá somente para conhecer, pois não sabíamos se haveria vaga para degustação ou almoço.
Para nossa sorte, deu tudo muito certo. Chegamos na portaria e perguntamos se havia vaga para almoço. Muito simpática, a moça que estava na guarita informou que não sabia ao certo, mas que nós poderíamos passear pelo local e ir até o restaurante verificar se havia disponibilidade.
Fomos muito bem recebidos e havia vaga para o almoço com degustação. Escolhemos a opção de almoço com vinho, que, além da degustação, inclui um vinho do arquivo, que foi escolhido por nós antes de começarmos a experimentar os deliciosos vinhos da família Deicas. Tanto a degustação quanto o almoço foram excelentes.
Terminamos nosso passeio à tarde e fomos para Montevideo, direto até o Hotel Esplendor, que também já estava reservado anteriormente. O hotel é bom, mas, comparado ao BIT, não valeu tanto à pena. Mais uma vez fomos ao El Fogon, desta vez para o jantar. E, de lá, voltamos ao hotel para descansar.
No outro dia fomos ao Parque Rodó. Apesar de ter lido algumas coisas boas a respeito do parque, particularmente não gostei. Estava bem sujo, feio, malcuidado mesmo. Não iria novamente. Saímos do parque e fomos novamente ao shopping, onde almoçamos no La Blas. De lá voltamos para o hotel.
À noite saímos para jantar no restaurante La Pulperia. Estava bem curiosa quanto ao local, pois, apesar de bem avaliado, deu para perceber que despertava ódio em alguns e amor em outros. No meu caso, foi amor mesmo. Trata-se de um cubículo, com balcões espalhados e sem nenhuma regra de organização. Parece um dos nossos botecos mesmo. Mas sempre tem fila de espera e a comida é uma delícia.
No dia 03/11 saímos cedo e fomos de Uber até o centro da cidade, conhecido como Ciudad Vieja. Almoçamos no El Palenque, que fica no Mercado do Porto, e andamos pelos arredores.
Fomos até a Plaza Independência, tirar a famosa foto do Palacio Salvo, além de conhecer o interessante Mausoleo de José Artigas, onde aprendemos um pouco sobre a história do país. Lá perto, ainda vimos o Teatro Solis, no qual não chegamos a entrar. No caminho para o nosso próximo passeio, vimos também o imponente Palacio Legislativo de La Republica.
Da Ciudad Vieja, fomos de Uber até o Mercado Agrícola de Montevidéu (MAM), onde fizemos uma lanchinho no El Palacio del Cafe e experimentamos cervejas artesanais deliciosas da Choperia Mastra. Aproveitamos ainda para comprar alguns temperos, porque o chimichurri uruguaio é maravilhoso, e não há melhor lugar para se comprar temperos do que um mercado agrícola.
Usando Uber mais uma vez, saímos do MAM e fomos até o Shopping Montevideo. Andamos um pouco por lá e decidimos ir ao letreiro novamente, para tentar algumas fotos no pôr do sol. No caminho para lá, vimos que a lua já havia aparecido e estava linda, então paramos para curtir o momento e tentar registrá-lo.
Chegamos ao letreiro à noite. Ficamos um tempinho por lá e fomos descendo a rambla até o hotel. No caminho, paramos em uma das filiais da Medialunas Calentitas, mas achei bem sem graça. Chegamos ao hotel exaustos e nem saímos para jantar.
No outro dia fomos à Bodega Bouza, bem famosa em Montevideo. Como já havíamos devolvido o carro, fomos de Uber. Aliás, nosso motorista era muito letrado. Foi uma viagem bem proveitosa culturalmente falando, já que ele foi explicando muitas coisas a respeito do país e dos pontos pelos quais fomos passando no caminho.
Chegamos à bodega e, mesmo sem reserva, também não tivemos problema algum. Fizemos a degustação com almoço e depois participamos da visita guiada. O lugar é lindo e vale muito a visita, apesar do preço do almoço e da degustação ser bem salgado.
Saímos da Bouza à tarde e fomos até um café chamado La Dulceria, bem perto do hotel onde estávamos. Pedimos um Te para Dos e, depois de tanto comer, descemos rolando para o hotel.
No dia 05/11, último dia em Montevideo, acordamos cedo e fomos, de Uber, para a feira Tristan Navarro. Achei uma bagunça sem tamanho. Ou melhor, com tamanho. A feira é gigante e tem de tudo. Desde comida, quinquilharias, móveis, roupas até “cookies felizes” e artigos para consumo de ervas (no plural mesmo). E sim, nós esquecemos de tirar fotos.
Ficamos algum tempo por lá e optamos por ir até o MAM almoçar. Não estávamos longe, então fomos a pé mesmo. Depois do almoço fizemos algumas compras e voltamos para o hotel, aproveitando a tarde na rambla, que estava bem movimentada.
À noite jantamos no La Perdiz, onde comi a melhor panqueca de doce de leite da vida. Tomamos um vinho e voltamos para o hotel. Arrumamos as malas e, no outro dia, depois da hora do almoço, voltamos para o Brasil.
Ao todo ficamos nove dias no Uruguai, dos quais três foram dedicados a Punta del Este e os demais a Montevideo. Posso dizer, sem dúvida, que é mais que suficiente. Não que as cidades não sejam uma delícia e que a viagem não seja prazerosa, mas é que os atrativos são esgotados rapidamente.
Pela experiência que tivemos, em uma semana daria para curtir bem as duas cidades. É lógico que se houver a intenção de incluir a simpática Colonia Del Sacramento no roteiro será necessário ficar mais tempo, mas no nosso caso, como já havíamos ido a Colonia na viagem a Buenos Aires, isso não foi preciso.
Eu não poderia terminar esse relato sem fazer uma observação. Sabe aquela ideia de que no Uruguai a vida passa mais devagar? Pois é, sempre pensei assim e depois dessa viagem confirmei minhas impressões. Adorei o estilo de vida das pessoas e acho mesmo que a maior beleza do país está na maneira com que eles enxergam a vida: Calma e suave como deve ser.