Nova Zelândia: Conhecendo a Ilha Sul

Era fim de tarde e chegávamos a Christchurch, a cidade mais inglesa da Nova Zelândia. Pegamos nossas mochilas na esteira de bagagem e, ainda no Aeroporto, retiramos o carro que havíamos reservado, saindo com destino à cidade. Primeiro desafio: a tal da mão inglesa…

Como a nossa primeira passagem por Auckland foi muito rápida, optamos por não alugar carro lá. Até então, todo nosso contato com o sistema de mão inglesa havia sido como pedestres. Por isso, estávamos um pouco apreensivos em como seria dirigir do lado errado da rua.

Apesar da dificuldade inicial e de uma tendência automática a andar na contramão, o percurso foi mais tranquilo do que havíamos imaginado. Fellipe tirou de letra e em poucos minutos estávamos sãos e salvos no hotel Quest, que ficava dentro de uma charmosa galeria.

Estacionamos o carro, fizemos os procedimentos de check in, deixamos as coisas no quarto e já saímos para dar uma volta pela cidade, que, mesmo à noite, era muito agradável.

Na volta para o hotel, compramos um lanche e passamos em um Chino, onde compramos algumas coisas para o café da manhã. No outro dia de manhã, depois do nosso café no quarto, passeamos a pé pela cidade.

Fomos visitar a histórica Catedral de Christchurch e a Igreja de Papelão, onde atualmente se reúnem cristãos de algumas denominações religiosas, já que o Terremoto de 2013 destruiu as Catedrais. Pra quem não se lembra, em 2013 a Nova Zelândia sofreu um grande terremoto, que atingiu gravemente a cidade de Christchurch. Muitas construções foram destruídas e houveram até vítimas fatais. Isso trouxe um significado diferente à nossa visita.

Nos fundos da Igreja há um monumento em homenagem às vítimas do Terremoto. Diversas cadeiras e poltronas pintadas de branco, com a lista das pessoas que morreram. Um momento marcante da viagem, principalmente por representar a dor de um povo e a força para sempre recomeçar.

Saindo de lá, fomos ao Shopping de Containers, construído para substituir o shopping center da cidade, também destruído pelo terremoto. Depois, fomos ao Jardim Botânico, que é lindíssimo e extremamente bem cuidado. Voltamos ao Shopping, almoçamos um cachorro quente de respeito.

Encerramos a conta no hotel e partimos com destino à cidade de Oamaru, onde chegamos de tardezinha. Em Oamaru, havia uma meta em especial: ver pinguins. Para alegria deste casal de viajantes, a meta foi alcançada com sucesso!

Assim que chegamos à cidade já deixamos as coisas no hotel e fomos até a sede da Oamaru Blue Penguin Colony. O local se dedica à conservação dos Pinguins Azuis, os menores pinguins do mundo. Lá, é possível ver os pinguins na vida real, já que todas as noites eles voltam do mar para os ninhos, que ficam sob proteção da organização. Para não assustar as criaturinhas, não pudemos tirar fotos desse passeio fantástico, mas vale muito à pena.

No outro dia, acordamos cedo, tomamos café no quarto mesmo e saímos com destino a Queenstown, uma das maiores cidades da Ilha Sul. No caminho, passamos por Moeraki, onde há uma praia com pedras estranhas e perfeitamente arredondadas.

Seguindo nosso trajeto, fomos até um farol, em Katiki Point, de onde se pode avistar mais pinguins, focas e leões marinhos. A natureza não tem fim na Nova Zelândia. Bichos fofinhos, paisagens deslumbrantes e surpresas a cada curva da estrada fazem parte de um dia comum por lá.

Chegamos a Queenstown por volta das 18h, depois de quase seis horas de um trajeto incrível. Nos hospedamos no Hotel Ramada, que, apesar de ser um pouco longe do centro da cidade (fica em Frankton), se mostrou uma ótima opção, principalmente para quem está de carro. O hotel tem uma vista maravilhosa das Remarkables Mountain e fica bem próximo de um centro comercial, com supermercado e várias lojas, para onde, inclusive, fomos a pé e compramos algumas coisas para o jantar.

No dia 05/03 fomos conhecer a região central da cidade. Deixamos o carro em um estacionamento do Queenstown Gardens e fomos margeando o lago em uma agradável caminhada, com direito a fotos e muitas paradas para admirar a água azul e completamente transparente.

Depois de algum tempo andando pelo parque, fomos ao centro da cidade e, como já era quase meio dia, paramos para almoçar. Lendo algumas avaliações, escolhemos o Fergburger, hamburgueria mais famosa do local, que tinha uma considerável fila. Apesar da longa espera, o hambúrguer estava uma delícia.

Depois do almoço, continuamos andando até o Kiwi Birdlife Park, onde fomos ver os Kiwis (a ave símbolo da NZ). Infelizmente, também não temos muitas imagens do passeio, pois tudo gira em torno da proteção dos bichinhos, que vivem no escuro e não gostam muito de câmeras, nem de flashes. Além dos kiwis, há várias atividades sobre a fauna do país.

Em seguida, subimos de teleférico até o Skyline Queenstown, onde fomos brincar com o Luge, uma espécie de carrinho de rolimã mais moderno. Eu estava com medo de me estabacar em alguma das curvas, mas no fim das contas foi sensacional, e até descemos mais uma vez antes de voltar para o estacionamento do parque e pegar o carro novamente. No caminho de volta, paramos no Pedro’s House of Lamb onde compramos, para comer no hotel, um dos melhores cordeiros que já provamos na vida.

Como já deu para notar até aqui, nosso tempo era muito curto e queríamos conhecer o máximo de lugares. Assim, esse passeio pela Nova Zelândia foi um misto de descobertas e despedidas.

Sendo assim, na manhã seguinte, chegou a hora de deixar Queenstown e partir para o próximo destino: Wanaca. Saímos de Queenstown por volta das 10 horas e decidimos fazer o trajeto pela estrada de Cardrona Valley, menos movimentada, linda e cheia de curvas. As fotos já mostram que a escolha valeu à pena.

No caminho, paramos no hotel que dá nome à estrada e, depois de um chocolate quente delicioso, continuamos a trip, chegando em Wanaca na hora do almoço. Por falar em almoço, nossa refeição não poderia ser melhor. Optamos por um simpático restaurante italiano no centro da cidade, Francesca’s Italian Kitchen e estava tudo perfeito.

Depois do almoço, fomos ao Puzzling World, que é um misto de museu e parque de diversões, com direito a labirinto e uma série de atividades interativas e educativas. Encerrado a passeio pelo local, fomos até o lago Wanaka a fim de aproveitar o fim de tarde. É claro que não podia faltar a foto da árvore mais famosa da região, que, talvez por teimosia ou obstinação, insista em se manter viva e linda na água.

Na manhã do dia 7, saímos de Wanaka e fomos até as famosas Blue Pools. Fizemos uma pequena trilha para ver a água absurdamente transparente e, então, pegamos a estrada com destino a Fox Glacier. Lá, fizemos uma trilha que levava aos pés do glaciar, onde pudemos ver vários marcos mostrando o recuo do gelo no decorrer dos anos. Em seguida, voltamos para a estrada, parando apenas na cidade de Fox Glacier, onde chegamos à tarde.

Deixamos as coisas no hotel e fomos até o Lake Matheson, onde fizemos mais uma trilha bem agradável, com uma bela vista do Mount Cook no final, que ficou ainda mais linda em razão do pôr do sol. Depois da caminhada, voltamos para o hotel e descansamos um pouco. À noite, fomos jantar no Last Kitchen, local que para mim foi uma surpresa e tanto (a melhor refeição da viagem).

Como ainda estávamos bem dispostos, depois do jantar, fomos ver os Glowworms, uma espécie de larva brilhante que existe na região, que geralmente os turistas veem nas cavernas de Waitomo. Como Waitomo não estava no nosso roteiro, fomos tentar avistar os bichinhos perto de Fox Glacier, em um pequeno bosque. E não é que eles estavam mesmo lá?

Nossa estada na cidade foi rápida, tanto que, no dia 8, dissemos adeus a Fox Glacier e fomos percorrer a West Coast. Primeiramente, passamos por Hokitica Gorge (trilha perto de um rio de águas absurdamente azuis) e, logo depois, paramos em Punakaiki, onde estão as famosas Pancake Rocks, pedras que possuem formação geológica bem diferente, as quais lembram panquecas empilhadas.

O nosso destino era Westport, mas, alguns quilômetros antes de entrar na cidade, paramos em Cape Foulwind, onde vimos uma colônia de focas. Depois de um dia intenso, fomos para o apartamento que havíamos alugado e jantamos por lá mesmo, dando início ao planejamento do próximo dia da viagem, quando conheceríamos Karamea.

Saímos às 9 da manhã. Fomos até o Parque Oparara (andando por algumas estradas de chão, mas em boas condições) e fizemos duas trilhas maravilhosas, ambos os passeios indicados pelo gerente do hotel.

O dia já havia começado muito bem, mas a Nova Zelândia tem umas coisas estranhas. Quando você acha que já viu o ápice da beleza e nada mais pode te surpreender, vem Karamea e te faz entender a razão do deslumbre em todos os relatos de viagem. O lugar é impressionante, com cavernas, lagos, florestas, tudo junto. Um espetáculo de cores e sons que é até difícil descrever.

Terminamos o passeio à tardinha e retornamos para a cidade, onde jantamos no romântico Bay House, que fica em uma praia muito simpática e fechou com perfeição nossa estada em Westport, uma vez que, além do jantar delicioso, a noite nos brindou com um luar incrível.

Nos próximos dois dias da viagem ficamos em Nelson, cidade mais urbana e que serve de apoio a quem vai visitar o parque Abel Tasman, imperdível na opinião de praticamente todo mundo que já esteve por lá. O que não é o nosso caso, já que não estivemos lá.

É obvio que havíamos planejado fazer um passeio no parque Abel Tasman, mas, como nem tudo são flores, choveu o dia todo, o que acabou impedindo a visita. Assim, nosso tempo em Nelson acabou sendo um descanso forçado no meio de dias tão agitados, com um curto passeio pelo centro da cidade.

Finalmente, no dia 12/03, acordamos beeemmm cedo, antes das 6 da matina, e saímos com destino ao porto de Picton, onde entregaríamos o carro e faríamos a travessia para Wellington, que é a capital da Nova Zelândia (sim senhoras e senhores, a capital da Nova Zelândia não é Auckland) e fica na ilha norte.

Assim, depois de um reforçado café da manhã no Cafe Cortado, fizemos a travessia marítima de ferry, que foi bem tranquila. Ainda de manhã já estávamos de volta à ilha norte para mais aventuras, que compartilharemos no próximo post.

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