Espanha – Planejamento e Roteiro

Para contextualizar

No fim de 2019, decidimos fazer uma viagem à Espanha. Já havíamos desbravado grande parte de Portugal e, desde aquela época, surgiu o interesse no país vizinho. A diversidade cultural, a história e as influências dos povos que ocuparam a Península Ibérica formavam um conjunto perfeito do que buscamos em uma viagem.

Assim, para conseguir experimentar bem as diferenças culturais entre as regiões, decidimos fazer a viagem em duas etapas: uma com base em Madrid e outra com base em Barcelona. Destino escolhido, tratamos de comprar as passagens, reservar hotéis e planejar tudo nos mínimos detalhes. A viagem estava marcada para o início de abril de 2020.

Como todos nós sabemos, os últimos dias de 2019 foram marcados por dúvidas e incertezas causadas pelo surgimento de um novo vírus. Inicialmente, não tínhamos ideia de que isso tomaria uma proporção tão grande e trágica. Não se sabia ainda das questões relativas à transmissão, muito menos da gravidade da doença. Então nem imaginávamos tudo que aconteceria até a data marcada para a viagem, tampouco tudo o que veio depois.

O fato é que o coronavírus rompeu todas as barreiras e, consequentemente, as fronteiras foram fechadas de uma forma que nunca havíamos visto antes. Ainda em março de 2020, o Brasil começou a tomar algumas tímidas medidas para tentar frear a propagação do vírus. Já a Espanha, bem antes disso, havia restringido a locomoção das pessoas e a entrada no território.

Portanto, uma coisa era certa: a viagem não iria mais acontecer. Aí foi aquela loucura de cancelar tudo e se preparar para um período de isolamento sem precedentes.

Apesar do Brasil não ter levado muito a sério as recomendações para conter a pandemia, aqui em casa somos completamente adeptos da ciência, pois é ela que salva vidas desde as primeiras descobertas de fármacos e tratamentos.

Decidimos, portanto, que nossa colaboração para mitigar os efeitos da pandemia seria prestar informações às pessoas à nossa volta e permanecer em casa o máximo possível.

Além disso, optamos por adiar nossas viagens para depois que houvesse vacina contra o vírus e estivéssemos totalmente vacinados. Infelizmente, isso demorou um pouco para acontecer no Brasil e, nesse caminho, várias vidas foram se perdendo.

A questão é que, apesar do desgoverno do país, muitas pessoas se conscientizaram da gravidade da doença e tomaram os cuidados que podiam. Da mesma forma, quando a vacina foi disponibilizada, grande parte da população optou por se vacinar, deixando a situação no país um pouco mais estável.

Assim, no último trimestre de 2021, já era possível vislumbrar a possibilidade de voltar a trabalhar presencialmente, bem como sair de casa, rever os amigos e até viajar.

Nossa viagem para Espanha, que já estava desenhada desde 2019, foi sofrendo muitas modificações durante este intervalo. Assim, adaptamos o roteiro para uma viagem mais longa e fizemos ajustes para priorizar passeios ao ar livre.

No fim das contas, trocamos a Catalunia pela Andaluzia, que seria mais fácil de ser alcançada partindo de Madri. Essa decisão foi motivada, especialmente, por uma amiga, que descreveu o lugar como mágico. Não dá pra ignorar um adjetivo desses!

Ao longo dos próximos posts tenho certeza de que vocês vão concordar conosco: a Andaluzia é mesmo mágica. A cada nova cidade mais um pouco dessa coisa fantástica e mística se descortina. É realmente impressionante.

Enfim, um novo roteiro pela Espanha

Nosso roteiro ficou mais ou menos assim: Começamos o passeio pela capital, Madrid, onde ficamos por cinco dias. Em um desses dias, fizemos um bate e volta para a cidade de Toledo, famosa por seu centro histórico perfeitamente preservado. Depois, fomos de trem para Cuenca, onde nos hospedamos por uma noite para conhecer as famosas casas colgadas.

De Cuenca, seguimos de trem para Córdoba, onde dormimos uma noite e conhecemos o bairro da Juderia, a ponte Romana, a famosa Catedral Mesquita e o Alcazar dos Reis Cristãos. Seguindo a viagem, fomos para Sevilha. Dedicamos três dias para passear com calma pelo Rio Guadalquivir e explorar todos os pontos imperdíveis da Capital do Flamenco.

Então, era hora de abandonar os trilhos e prosseguir a aventura pelas estradas do Sul da Espanha. Assim, pegamos um carro na estação de trens de Sevilha e fomos para Jerez de La Frontera, onde dormimos num hotel que funciona junto a uma bodega de Xerez (vinho fortificado tradicional da região).

No outro dia, saímos de Jerez e fomos fazer a rota dos Pueblos Blancos, que compreende diversas cidadelas espalhadas pela região, em especial na Serra da Grazalema, com todas aquelas construções branquinhas encarapitadas nas montanhas. Em geral, essa rota é feita em um ou dois dias, começando pela cidade de Vejer de La Frontera e indo até a cidade de Ronda.

Como queríamos dedicar mais tempo à região, até para conhecer mais detalhes das cidades e sentir com calma a “magia andaluza”, ficamos uns três dias passeando por Arcos, Zahara, Setenil, Olvera e Grazalema, com parada estratégica no meio do caminho em um ótimo hotel rural.

Em seguida, nos despedimos dos Pueblos e fomos para a misteriosa e inesquecível Ronda, onde pudemos ver de perto a beleza estonteante do Tajo de Ronda, emoldurado pela famosa Puente Nuevo.

No dia seguinte, fomos para a região de Antequera, onde ficamos por dois dias, hospedados em uma pousada no meio da plantação de oliveiras. Andamos pela cidade e visitamos a Alcazaba de Antequera e o surpreendente Parque del Torcal.

Encerrados os dias em Antequera, rumamos então para Granada, onde visitamos a famosíssima Alhambra e nos demos o luxo de andar sem compromisso pelas simpáticas ruas da cidade. Lá, devolvemos nosso carro e encerramos nossa passagem pela Andaluzia, voltando, de trem, para Madri.

Para nos despedir com estilo da Espanha, ficamos ainda mais um dia em Madrid, aproveitando para curtir a cidade em clima natalino, com as luzes acesas e os mercados de Navidad funcionando.

Informações importantes

Como deu para notar pelo resumo do roteiro, nós fizemos grande parte dos deslocamentos de trem. Compramos as passagens diretamente pelo site da RENFE, com antecedência, pois isso diminui o preço das passagens e poupa tempo. As viagens foram excelentes, sem intercorrência alguma.

Vale dizer que o sistema de transporte público da Espanha é muito bom e pontual. Além dos trens de média e longa distância, que usamos para nos deslocar entre as cidades, andamos ainda de metrô, trens metropolitanos e ônibus em todas as cidades maiores do nosso passeio.

Além dos veículos serem confortáveis, pontuais e limpos, a grande cobertura da rede de transportes e a grande disponibilidade fazem com que seja perfeitamente viável se virar com tranquilidade sem um carro.

Aliás, alugamos carro apenas para fazer a rota dos Pueblos Blancos e conhecer a região do parque da Serra da Grazalema, fora do caminho da grande rede ferroviária da Espanha. Para alugar o carro optamos pela Europcar e foi muito tranquilo. Fizemos a reserva pelo site, pegamos o carro na estação de trem de Sevilha e devolvemos em Granada.

Por fim, compramos antecipadamente alguns ingressos dos locais mais concorridos e reservamos os hotéis e apartamentos pelo Booking, sempre com a opção de cancelamento gratuito.

Ao longo dos próximos posts vamos falar dos hotéis em que ficamos e das atrações que visitamos, detalhando os passeios em cada cidade. É claro que não vamos deixar de fora os restaurantes que gostamos e as dicas do que experimentar ao longo do caminho (pois esse continuará sendo também um blog de culinária).

Gostou? Compartilhe este post...

Você pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *