Alaska – Roteiro e Primeiras Impressões
Ir para o Alaska é uma decisão que demanda muito, mas muito planejamento. Não é tão simples quanto visitar outros locais nos Estados Unidos. É longe, é caro, não há tanta informação disponível… Enfim, é uma aventura e tanto. Minhas impressões quanto à viagem, os conselhos para quem pretende ir e o roteiro que seguimos vão ser detalhados ao longo dessa série de posts. De antemão, já aviso: o Alaska não é como você imaginava.
Antes dessa ideia surgir, minha versão do Alaska era basicamente composta de gelo e montanhas. É claro que eu sabia que o estado era habitado, não apenas por esquimós morando em iglus. Mas ainda assim, existe todo um estereótipo envolvendo o Alaska.
Talvez por conta dessa imagem pré-moldada, muitas pessoas tenham me olhado assustadas quando ficaram sabendo que esse seria o próximo destino de viagem. “Como assim vocês vão para o Alaska?” “Fazer o que lá”? Tenho quase certeza que, na cabeça das pessoas, estaríamos nós encasacados até a alma, batendo os dentes de frio e espantando ursos no grito (esta parte não era tão longe da realidade).
Brincadeiras à parte, ir para um local tão longe e ainda inexplorado gera mesmo uma série de incertezas. Preparar uma viagem assim exige mais tempo, mais atenção e uma entrega muito grande. Não só quanto ao tempo dispendido com os detalhes que a antecedem, mas também em relação ao que esperar.
Começamos a planejar a viagem, de forma mais efetiva, no início de fevereiro de 2018, logo depois de compramos as passagens, e a partida estava marcada para o início de junho.
Como já mencionei nos posts sobre Vancouver e Seattle, ao invés de comprar uma passagem direto para o Alaska, optamos por comprar até Vancouver, e, de lá, ir de trem para Seattle. De Seattle partiríamos em um voo doméstico para a maior cidade do Alaska: Anchorage.
Depois de ler e reler o material disponível, inclusive contando com a ajuda de excelentes relatos nos blogs Nerds Viajantes e Uma Turista nas Nuvens , decidimos alugar um carro e fechamos nossa programação da seguinte forma: chegaríamos em Anchorage, faríamos alguns passeios curtinhos na região e no mesmo dia já sairíamos para Seward, onde ficaríamos dois dias.
De lá, retornaríamos para Anchorage, passaríamos a noite e no outro dia sairíamos para Talkeetna, onde dormiríamos e seguiríamos para Fairbanks. Em Fairbanks ficaríamos uma noite e no outro dia nos aproximaríamos do Denali, onde ficaríamos dois dias explorando o parque e os arredores.
Terminada essa etapa, retornaríamos para Anchorage, onde ficaríamos dois dias e retornaríamos para casa.
Feito o roteiro, começamos a reservar os hotéis. Como havíamos escolhido ir no verão, alta temporada, foi preciso correr para não ficar sem opções de hospedagem. Em abril já estávamos com os hotéis todos reservados, a maior parte feita através do booking.com.
Poucos dias antes de viajar, fizemos uma checagem na programação e alguns pequenos ajustes. Hospedagem resolvida, seguro contratado, passeios escolhidos e carro devidamente reservado. Os dias que antecederam a partida foram dedicados a arrumar as malas e controlar a ansiedade desmedida que tomava conta de mim.
Seguindo o que estava previsto, saímos de Seattle no dia 22/06/2018, pela manhã e, em poucas horas, aterrissamos em Anchorage. Enquanto nos aproximávamos do aeroporto era possível ver as montanhas cobertas de gelo. Era mesmo o Alaska.
Desembarcamos com tranquilidade, fomos até o guichê da Alamo e pegamos o carro que havíamos reservado anteriormente. Saímos do aeroporto em direção à Pizzaria Moose’s Tooth, que havia sido muito bem recomendada nos blogs que havíamos lido.
No caminho já deu para perceber que Anchorage em nada lembrava a ideia que eu tinha inicialmente do estado gelado. Anchorage é uma cidade grande e se não fossem pelos detalhes (por exemplo as placas alertando quanto aos ursos e alces), nem me lembraria que ela fica no Alaska.
Chegamos à Pizzaria por volta das 14h e o lugar estava lotado (e nós famintos). Tivemos que esperar por algum tempo e, apesar da fome, estávamos tão felizes com o fato de, finalmente, estar ali, que a espera foi insignificante.
O tempo estava agradável, um frio bem leve, o sol esplendoroso e um céu muito azul. Havia uma fogueira na área externa da Pizzaria e a energia do lugar era contagiante. Ficamos tomando uma cerveja local enquanto aguardávamos nossa vez.
Depois de mais ou menos uma hora fomos acomodados em uma mesa. As pizzas eram bem servidas e olhando o cardápio já dava para perceber que contavam com umas combinações bem peculiares.
Comemos nossa pizza, bem diferente do tradicional, mas muito boa, e de lá, já pelas 16h, fomos até uma das unidades do Walmart comprar algumas coisinhas para abastecer as mochilas.
Uma das coisas que as viagens ensinaram é sempre contar com os imprevistos. Falando assim parece maluquice. Como assim contar com coisas que não previstas? Pois é. A verdade é que é isso mesmo.
Sempre carregar bastante água e alguma quantidade de comida na mochila evita uma infinidade de perrengues. Em trajetos de carro então, com mais razão ainda. Nunca se sabe quando a estrada estará interrompida, quando uma viagem demorará mais tempo que o planejado, quando a fome vai apertar…Assim, compramos água, frutas e umas tortinhas que estavam lindas.
Terminadas as comprinhas, saímos com direção à Seward, uma cidade litorânea onde passaríamos os próximos dias.
Paramos em um local para observação de pássaros (Potter Marsh Bird Sanctuary), onde, além de alguns patos e pássaros inominados, vimos uma águia bem imponente e nosso primeiro alce (escondido atrás de um arbusto).
O lugar estava movimentado e encontramos um senhor muito simpático, que, pacientemente, deu algumas dicas sobre os lugares a visitar e pássaros da região, mostrando, inclusive, um catálogo de fotos que ele havia feito.
Saindo de lá, ainda no caminho para Seward, paramos em um local chamado Beluga Point, famoso por ter uma bela vista para um “braço de mar” (acho que o nome é enseada) onde se pode ver belugas, na época certa do ano (entre julho e agosto).
Não era o nosso caso. Então, sem belugas e com bastante frio, nossa parada não passou de alguns minutos. Tiramos algumas fotos, entramos no carro rapidinho e seguimos viagem.
A ideia de chegar em Anchorage e ir direto para Seward foi realmente interessante e possibilitou aproveitar melhor o tempo disponível. Contudo, saímos um pouco tarde de Anchorage e ainda fizemos as duas paradas no caminho, então chegamos a Seward à noite.
A distância entre Seward e Anchorage era maior do que eu me lembrava. Ao todo eram 204 Km. O fato de ter sol durante o percurso ajudou bastante, mas ainda assim foi bem cansativo. Chegamos em Seward por volta das 21h30 e fomos direto para o Hotel Breeze inn, que já estava devidamente reservado. Fizemos check in no Hotel e fomos descansar. Estávamos tão cansados que nem tentamos sair para jantar.
Aqui cabe uma explicação importante. Como já mencionado, fomos ao Alaska no Verão. Isso quer dizer que os dias eram mais longos, de modo que em algumas regiões do estado sequer anoitecia, como era o caso de Fairbanks.
Com isso, as chances de ver a aurora boreal são praticamente nulas, pois se não anoitece não há como presenciar as “luzes dançantes”. Além disso, talvez em razão da falta de hábito, os olhos sofrem um pouco com a grande quantidade de luz durante a noite.
Ainda assim, o verão é uma excelente época para viajar para o Alaska, pois com mais horas de luz é possível fazer muitas coisas em um mesmo dia. A viagem rende que é uma beleza. Além disso, vivenciar esse espetáculo da natureza é indescritível. É uma situação tão incomum para nós que precisa ser experimentada, vivida e, mais que isso, absorvida.
Com um por do sol que se estendeu até a madrugada, terminou nossa primeira noite no Alaska.
Amigaaaa, Alaska??? Que delicia…. genial…. to começando a ver os posts e já estou encantada…
Oi amigaaa, que bom que você gostou. Em breve publico o restante da aventura.
Que delicia de viagem, com você narrando a viagem eu até me imagino nos lugares kkkkk gostei muito Parabéns. Que inveja branca
Que coisa boa. Vamos viajando juntos então. Fico muito feliz que você tenha gostado. Tudo tem sido feito com muito carinho. bjoss
Que lindo!!
Thanks…
Olá Ilcemara, tudo bem?
Muito obrigado pela referência, fico muito contente que nossos posts tenham ajudado. O Alaska é impar e realmente a impressão inicial é bem diferente da realidade mas como é cheio de belezas naturais.
Abraços!
Helder
Realmente é um lugar impressionante. Em diversas ocasiões eu mesma duvidava que estava lá. Ah, obrigada pelo comentário, O Blog de vocês sempre me ajuda demais. Parabéns. Abraços.