Maragogi – Mar azul e peixinhos coloridos
Inaugurando a seção “Brasil” no nosso blog, temos nada menos que uma região linda no nordeste do país: Maragogi e Porto de Galinhas. As areias branquinhas, piscinas naturais, mar azul de doer e um conjunto de muitos, mais muitos adjetivos (quase todos bons).
Sempre penso que uma viagem não começa com o embarque, mas bem antes disso, com todos os planos sendo feitos. Assim que decidimos ir para Maragogi, começamos a pesquisar sobre o que havia para ser feito por lá. Lendo um relato e outro, vendo fotos e conversando com pessoas que já haviam se aventurado por aquelas bandas, a viagem foi sendo, pouco a pouco, desenhada.
Ao observar o mapa, a gente percebe que Maragogi fica praticamente à mesma distância de Maceió e Recife, o que nos trouxe duas opções equivalentes de voos. Como já havíamos passado por Maceió em uma viagem anterior, achamos uma ótima oportunidade de conhecer a capital pernambucana.
Fechamos nossa programação incluindo, além de Maragogi e Recife, alguns dias em Porto de Galinhas, para conhecer uma das praias mais famosas do país, que fica bem no meio do caminho.
Depois de alguma pesquisa, verificamos que Maragogi se resume às piscinas e praias no entorno. Não há muitas outras opções de lazer. A cidade é bem pequena e o mar é mesmo a grande estrela da região.
Partindo disso, a primeira coisa que pesquisamos foi a tábua das marés, porque é a partir dela que se descobre se as piscinas estarão apropriadas para visitação ou não. O ideal é que a maré atinja o pico mais baixo por volta do meio dia, senão o passeio fica bastante comprometido ou nem é realizado.
Nós chegaríamos lá no dia 11/11/2018 e o único dia em que seria possível realizar o passeio era no dia 12, quando a maré estaria em boas condições por volta das 11h30. Sabia que seria preciso contratar o passeio para visitar as piscinas, pois elas são afastadas da praia.
Até tentamos escolher alguma empresa pela internet, mas as informações eram vagas demais, praticamente inexistentes. Por causa disso, deixamos para resolver isso pessoalmente.
Nosso planejamento em Maragogi incluía a visita às piscinas, preferencialmente Galés, e também visitas às Praias da redondeza, principalmente a Praia de Antunes, que, segundo informações obtidas pela internet, não ficava muito longe da Praia de Maragogi.
Com o esboço da viagem feito, saímos de Vilhena, em Rondônia, no dia 9/11, às 12h40 e por volta das 23h, depois de algumas conexões, chegamos a Recife. Ficamos por lá aguardando o restante dos nossos companheiros de viagem e no dia 11/11 saímos com destino à Maragogi, no Fiat Doblo que havíamos alugado pela Unidas.
O trajeto foi bastante tranquilo. As estradas estão razoáveis, se comparadas as que temos em Rondônia, que são uma lástima. No caminho, fizemos uma parada estratégica no Restaurante Calamares, onde almoçamos e ficamos por algum tempo.
O restaurante, que é uma graça, fica bem na divisa entre os estados de Pernambuco e Alagoas. Com decoração bem colorida, totalmente temática. A comida estava boa, mas nada excepcional. A parada encanta mais pela vista e pela graciosidade do restaurante do que pela comida em si.
Saímos de lá e continuamos nosso trajeto até o Salinas de Maragogi, um resort que trabalha no sistema all inclusive, muito bem avaliado e bastante conhecido na região.
Essa foi a nossa primeira vez com o sistema de refeições já incluídas na diária. Nunca fui muito fã desse tipo de pacote porque acho que tira a liberdade de escolher lugares diferentes, limitando um pouco a experiência.
De todo modo, desta vez a viagem envolvia um grupo de familiares, sendo a oportunidade ideal para testar o resort e a estrutura de um modo geral.
O check in no resort foi bem eficiente. A recepcionista nos explicou como tudo funcionava, colocou umas pulseiras identificadoras em cada hóspede e um funcionário do Hotel nos acompanhou até os quartos levando as bagagens.
O resort é enorme. Está bem em frente à Praia de Maragogi e é cortado por um rio que deságua no mar. Conta com duas piscinas grandes, serviço de massagem, sauna, academia e salão de beleza.
Tem bares perto da praia, restaurante self service e dois restaurantes temáticos, um nordestino e outro italiano. Além disso há um café bem simpático, com lanches, sucos e muitas coisinhas gostosas.
O hotel possui algumas categorias de quartos e, depois de avaliar bastante as experiências de outras pessoas, optamos pelos quartos próximos da praia. As acomodações são divididas em Standard, Suíte Master (ambos localizados nos pavilhões mais próximos da recepção), Apartamento Praia Jardim e Apartamento Praia Mar (ambos nos pavilhões próximos à praia).
O rio separa os dois blocos de apartamentos, com uma simpática ponte, que não oferece qualquer dificuldade no deslocamento entre as áreas do resort.
Um detalhe importante é que nem todos os quartos da praia tem vista para o mar, pois alguns são virados para o jardim. Tivemos sorte e conseguimos um upgrade para os quartos bem de frente para a Praia de Maragogi.
O quarto era bem amplo, limpo e confortável. Senti falta apenas de uma rede na sacada, mas fora isso nada a reclamar. O quarto contava com duas camas de casal, frigobar abastecido com refrigerantes e água mineral, cofre, secador de cabelo, mesa de trabalho e amenidades.
Devidamente instalados, trocamos de roupa e fomos conhecer o resort com calma, aproveitando nossa primeira tarde para planejar em quais dias faríamos cada um dos passeios.
Considerando a questão da maré, obrigatoriamente, o passeio às piscinas ficou para o dia 12. Resolvemos que ficaríamos o dia 13 no hotel, aproveitando a estrutura do lugar, e no dia 14 faríamos um tour pelas outras praias da região.
Pesquisamos o preço do passeio às piscinas em uma agência de turismo que fica dentro do hotel, mas achamos bem caro (R$160,00 por pessoa em catamarã), então optamos por contratar alguém no outro dia, na praia mesmo, como uma amiga havia nos recomendado alguns meses antes.
Acordamos cedo no dia 12/11 e, antes mesmo do café, fomos até a praia conversar com alguns vendedores.
Acabamos contratado um vendedor que ofereceu o passeio por R$100,00 por pessoa. Além do preço ser mais atrativo, iriamos em uma lancha só com o nosso grupo (composto de seis pessoas), o que também pareceu ser uma boa ideia.
Combinamos tudo, definimos o horário de saída e aí sim fomos tomar café da manhã e arrumar as coisas. O café da manhã é servido no restaurante principal, que fica pertinho da recepção. A mesa do café era enorme, com pães, frios e outras coisas, mas ainda assim achei meio pobre de opções. Eles faziam tapioca e omelete, mas sempre havia fila, então era preciso ter uma boa dose de paciência.
Terminamos nosso café e fomos ajeitar as coisas para levar ao passeio. Como sairíamos apenas às 10h30, ainda deu tempo de participar de praticar alguns exercícios na praia. De lá mesmo, já ficamos aguardando o restante do grupo para partirmos.
Um pouco antes do horário marcado, o vendedor nos contatou e nos apresentou ao lancheiro que nos acompanharia, o Claudio. O passeio até às piscinas foi divertidíssimo. O deslocamento de lancha foi ótimo e as piscinas são realmente incríveis.
Quando chegamos, a maré ainda estava um pouco alta, então o Claudio nos deixou bem pertinho das piscinas, antes de ancorar a lancha junto das demais embarcações, a uns 400 metros de distância. Alugamos dois snorkels com ele mesmo e fomos procurar os tão famosos peixinhos.
E não é que eles estavam lá!? Coisa mais linda.
Na hora em que chegamos, não havia praticamente ninguém nas piscinas. A água estava bem transparente e deu para curtir bastante o lugar. Depois de uns 40 minutos, conforme a maré foi baixando, os turistas começaram a chegar, primeiro em embarcações pequenas e depois em catamarãs imensos. Era tanta gente que mal dava para se mexer sem trombar em alguém.
Graças ao Claudio, chegamos mais cedo que a multidão. Ficamos mais ou menos umas duas horas por lá e aproveitamos demais o passeio. Não fizemos mergulho com cilindro porque achamos a proposta bem sem graça. Pagar mais caro para ficar mergulhando no raso, com uma pessoa te segurando para não flutuar não pareceu valer muito à pena.
Nenhum dos membros do nosso grupo tinha câmera à prova de água, então acabamos contratando um rapaz que se ofereceu para tirar algumas fotos. Pagamos R$25,00 por pessoa, mas as fotos não ficaram muito aproveitáveis.
De toda forma, se não tivéssemos contratado não teríamos foto alguma das piscinas e dos simpáticos peixinhos. Realmente uma câmera apropriada fez muita falta.
Encerramos o passeio e, flutuando com coletes salva vidas (exceto o Fellipe que preferiu ir nadando), fomos até a lancha. Antes de chegar à praia o Claudio parou e alguns dos integrantes mais destemidos do nosso grupo revolveram mergulhar no mar. Eu não estava entre eles, então fiquei apenas olhando mesmo.
Chegamos de volta à praia de Maragogi às 15 horas, vermelhos como camarões, depois de uma manhã inteira sob o sol implacável da região.
Gostamos tanto do passeio de lancha, que optamos por conhecer as praias dessa forma ao invés de ir de carro a cada uma delas. Ajustamos com o Claudio que no dia 14 faríamos o passeio de orla, combinando o preço total de R$300,00.
No outro dia ficamos no hotel, aproveitando as piscinas, a comida, a bebida e as mordomias do resort. Eu e o Fellipe saímos um pouquinho e fomos até a cidade comprar algumas coisinhas (tipo pós sol e afins para tentar reverter o estrago do sol do meio dia que tomamos no dia anterior).
Eu sempre achei que ficaria um pouco entediada de ficar em um resort, sem ter muita liberdade para andar por outros lugares, escolher restaurantes e coisas do tipo.
Por mais que o Salinas cumpra bem o que promete, passar um dia inteirinho lá me mostrou que esse esquema de resort ainda não é muito adequado para mim.
A proposta é muito boa para quem tem filhos, porque eles têm uma excelente estrutura para crianças. Além das piscinas com monitores o tempo todo de olho, eles têm o “Clubinho do Siri”, onde as crianças podem passar o dia envolvidos com brincadeiras variadas. Pelo que percebi, as crianças têm atividades até à noite, depois do jantar. Então, sem dúvida, é uma boa opção para famílias.
Também me pareceu interessante para viagens em grandes grupos, porque facilita muito a logística. Questões relacionadas a escolher passeios, restaurantes e outras coisas que geralmente dão um trabalhão, não são um problema em um resort como o Salinas. Cada um faz o que quer e escolhe quando e o que quer comer.
É importante ter em mente que, embora o valor das diárias seja elevado, o serviço oferecido não é de luxo. Pra quem procura mais sofisticação, há opções mais adequadas por preços parecidos.
No entanto, o resort vende facilidade e praticidade ao invés de sofisticação, focando principalmente naqueles que buscam apenas alguns dias de descanso, sem se preocupar sequer em pesquisar restaurantes e atividades.
Agora, no nosso caso, principalmente falando de mim e do Fellipe, acho que não valeu muito à pena.
Embora o resort ofereça algumas atividades de lazer incluídas no valor da diária, como bingo, aulas de dança, zumba e hidroginástica, a única coisa que realmente nos atraía era o passeio de caiaque pelo rio. No entanto, por conta da limitação dos horários de disponibilidade dos caiaques acabamos não conseguindo aproveitar essa atividade.
À noite, o resort também oferecia atividades culturais, como show de humor, noite dançante, e outras apresentações, que fizeram muito sucesso entre nossos colegas de viagem.
A comida, apesar de estar disponível o dia inteiro, não tinha nada de excepcional. O restaurante principal, próximo à recepção, tinha pratos disponíveis praticamente o dia todo, servindo buffet de café da manhã, almoço e jantar.
Próximo a ele, para atender os famintos da tarde, havia um simpático café, que servia lanchinhos variados, além de bebidas quentes e sucos.
Próximo à praia, havia o chamado Bar da Praia, onde haviam porções antes do almoço e no início da tarde, além de bebidas prontas e drinks preparados a pedido dos hóspedes. Ainda perto da praia, havia um outro restaurante, que servia caldos, petiscos e pratos quentes, dependendo do horário do dia.
Havia bastante variedade de bebidas, com e sem álcool, algumas marcas de cerveja, drinks variados, vinhos e espumantes. O grande problema, na minha opinião, é que, nem a comida, nem as bebidas oferecidas, eram espetaculares.
É obvio que uma estrutura do tamanho do Salinas não permite tratamento exclusivo aos hóspedes. As coisas precisam funcionar meio no automático mesmo para atender toda aquela demanda. De toda forma, mesmo sentindo falta de mais cuidado nos detalhes ou de um pouquinho mais de exclusividade, tivemos um dia agradável aproveitando a estrutura do local.
No dia 14/11, por volta das 10 horas, saímos de lancha para conhecer algumas praias da região. Passamos por diversas praias e o Claudio foi explicando quais eram. Mas paramos apenas em duas delas. Primeiro em um banco de areia na Praia da Bruna e, já na volta, em Antunes.
Todas as praias da região de Maragogi, na minha opinião, são lindas. O mar é estonteantemente azul, as águas são transparentes e existe uma infinidade de lugares maravilhosos. Não há como ser indiferente à exuberância de Maragogi.
O banco de areia e a praia da Bruna, em si, são lindos. No banco, a água batia na cintura, sem nada de ondas e a água era cristalina. Uma delícia. Havia ainda barcos que serviam como bares, e até um carrinho de picolés flutuante.
A praia de Antunes é maravilhosa. O contraste entre a areia branquinha e o azul do mar é indescritível. Como se isso não fosse suficiente, as palmeiras tortas ainda emolduram o cartão postal. Tivemos também muita sorte com o tempo, pois o céu azul com nuvens altas colaborou muito para as fotos.
Ambas as praias estavam relativamente tranquilas, talvez porque estávamos fora da temporada e no meio da semana. Não há muita estrutura turística em nenhuma delas. Sem grandes barracas ou restaurantes. Apenas alguns vendedores espalhados, oferecendo de tudo, até fotografias com composições específicas que fazem sucesso entre os turistas.
Não contratamos esse serviço, mas teve gente do nosso grupo que contratou. As fotos ficaram bem divertidas e o preço foi bem camarada. Se não me engano pagaram R$10,00 pelas fotos.
Encerramos nosso passeio à tarde e retornamos ao Hotel. À noite jantamos no restaurante italiano do resort, que tinha serviço a la carte.
O jantar nos restaurantes temáticos está incluído também no valor da diária. No entanto, existe uma limitação de acesso de acordo com a quantidade de diárias da hospedagem.
Como havíamos reservado 4 diárias, recebemos no check in um voucher para reserva, que poderíamos usar para jantar uma vez em um dos restaurantes. Para hospedagens com mais diárias, há o fornecimento de mais vouchers, possibilitando experimentar os dois restaurantes.
No nosso último dia de hospedagem, após tomar o café, aproveitamos para arrumar nossas coisas, pois o check out seria ao meio dia.
Saímos logo depois do almoço, com destino à Porto de Galinhas, mas, antes de ir embora, fomos até o Povoado São Bento, que fica a sete quilômetros de Maragogi, na intenção de comprar biscoitos de goma da Irmã Marlene, famosíssimos na região.
Chegamos no endereço e ficamos em dúvida se realmente estávamos no lugar certo. Não era uma loja ou algo assim. Era apenas uma casa, de fachada simples, com uma plaquinha anunciando os biscoitos. Bati palmas e logo depois alguém gritou para entrarmos.
Fomos entrando meio ressabiados e, nos fundos da casa, encontramos com um grupo de moças fazendo os biscoitos, de modo totalmente artesanal. Disse que queria comprar alguns e uma delas, muito simpática, já me ofereceu uma bandeja cheia de biscoitos para degustar. Estavam deliciosos e foi até difícil escolher.
Ficamos admirando o mar do quintal da casa, e, alguns minutos depois, seguimos viagem.
Tenho certeza que Maragogi pode despertar sentimentos diferentes em cada uma das pessoas. Tem gente que adora as facilidades de um resort à beira mar, que se encanta pelo mar, pela praia, pela brisa constante e pelo sol assustadoramente presente.
Maragogi tem tudo isso e muito mais. Para mim, lembra pé na areia e tem gosto de bolo de goma e café quentinho.