Costa Rica: Vulcão Poás e arredores

Desembarcamos na Costa Rica no Aeroporto de San José, que fica em Alajuela, antes das oito da manhã, depois de uma conexão relâmpago na Cidade do Panamá. Da janela do avião, a imensidão de montanhas esverdeadas já deixava bem claro o que nos esperava.

Estávamos um pouquinho cansados da viagem, porque nosso voo decolou do Brasil na madrugada, mas, obviamente, isto não nos impediu de sair para passear imediatamente.

Optamos por não ir até a capital neste primeiro momento, tendo em vista que já sabíamos que San José não era uma cidade muito turística e, claramente, não era o que tinha nos motivado a visitar o país.

Assim, para otimizar o nosso tempo, saímos do aeroporto e fomos até a locadora Sixt buscar o carro que havíamos reservado. Ficamos alguns minutos na fila, mas foi tudo bem tranquilo. De cara, a simpatia do atendente já nos surpreendeu.Quem está acostumado a lidar com locadoras de automóveis sabe bem que a simpatia e boa vontade não costuma ser uma caracterísitca tão preponderante.

Saímos da locadora e seguimos até o Walmart, pois queríamos comprar água, frutas e alguns lanchinhos. O supermercado, apesar de ser menor do que o que costumamos encontrar nos Estados Unidos, é bem grande, limpo e organizado. A variedade de frutas e cafés é surpreendente. Confesso que esperava menos.

Como estávamos com fome, lá mesmo provamos o café da manhã típico da Costa Rica: O gallo pinto. Nada mais é do que uma mistura de arroz e feijão, bem temperada com coentro (que eu amo), acompanhada de ovos e banana da terra. Para mim, um incomparável café da manhã dos campeões. Eu adorei. Aliás, nos dias que se seguiram, me joguei no café da manhã tico. A dieta que lute depois.

Devidamente alimentados (na verdade, mais ou menos alimentados, porque dividimos a refeição), fomos passear pelas proximidades. Acabamos indo até Fraijanes, fazendo uma parada estratégica no restaurante Freddo Fresas. Guardem este nome, porque ele vai aparecer algumas vezes nesta viagem.

Como já havíamos comido no supermercado, não estávamos com muita fome. Então, pedimos café (o primeiro café da Costa Rica) e um cheesecake de morangos. O café estava maravilhoso. O cheesecake então, espetacular, sem comparação com qualquer outro que eu tenha provado. Ficamos por lá um pouco, apreciando o lugar e todas aquelas novidades.

Em seguida, decidimos ir visitar a Hacienda Alsacia, que abriga a única fazenda de café própria da Starbucks. O lugar é destinado à realização de pesquisa pela empresa, onde desenvolvem (e aprimoram) variedades e métodos de cultivo de café. Além disso, como recebe visitas turísticas, têm um passeio guiado e uma cafeteria para atendimento ao público.

Logo na entrada há um globo mostrando as principais regiões produtoras de café no mundo (e de onde vem os cafés utilizados pela empresa), com uma linda vista. Ali, há uma recepção, onde você pode agendar seu passeio, caso já não tenha feito isso on line.

A fazenda é um espetáculo. A cafeteria, ampla e aconchegante, está em um penhasco, por assim dizer, de onde se tem uma linda vista da plantação e de uma cachoeira. Vale muito a pena conhecer e aproveitar para provar os cafés.

Além disso, ainda tem o tour guiado, que visita a plantação e acompanha de modo detalhado os processos de plantio, colheita e beneficiamento do café. Mesmo para quem já tem mais proximidade com a cafeicultura, eu recomendo o passeio. Achei bem divertido e a degustação, no final, foi ótima.

Saindo de lá, fomos até o apartamento que havíamos reservado através do Airbnb para, enfim, descansar um pouco. O apê ficava em um distrito de uma cidadezinha próxima. Perto de tudo, mas muito silencioso e tranquilo. Foi uma escolha excelente, pois, além de muito charmoso e confortável, a ampla janela nos brindou com vistas incríveis.

Ficamos por lá aproveitando o fim de tarde e, à noite, fomos até a cidade jantar. Escolhemos um restaurante mexicano muito simpático, o La Taki-Cardia. Comemos quesadillas e tacos, que estavam excelentes. Aproveitamos ainda para provar a cerveja Imperial, a mais popular do país. Encerrada a refeição, voltamos para o apartamento para descansar.

No outro dia, acordamos cedo, pois tínhamos horário marcado para fazer um passeio pelo Parque Nacional Vulcão Poás.

O parque conta com trilhas de curta e média distância. Uma delas, de pouco mais de 600 metros, leva bem perto da cratera principal do vulcão. A outra, até a Lagoa dos Botos. Em dias de boa visibilidade, as imagens são lindas.

Por isso, estávamos bastante ansiosos pelo passeio e, saindo do apartamento, quando vimos que o dia estava claro, com um sol radiante, tivemos certeza que seria um passeio e tanto.

Toda a nossa animação, contudo, foi diminuindo conforme dirigíamos pela estrada que sobe a montanha. O sol de outrora não brilhava lá em cima. Estava um frio daqueles, com garoa e neblina forte. Em determinados momentos, mal conseguíamos enxergar alguns metros à nossa frente.

Obviamente, apesar de fazer as trilhas, a única coisa que vimos foi uma imensidão branca no horizonte. Até ficamos fazendo hora no parque pra ver se o tempo abria, mas que nada. A situação só ficava pior. Nem minha teimosia garantiu que conseguíssemos ver as crateras.

O jeito foi voltar pra cidade. Quem já leu outros posts aqui sabe que isso acontece com frequência. Na África do Sul tivemos algumas experiências com vistas incríveis que, por nós, não foram vistas. Faz parte. Assim, há mais motivos para voltar. 

Além disso, a estrada para o parque é linda e as trilhas também são muito agradáveis, algumas até misteriosas, dado o clima e a vegetação peculiar do local. Só isso já valeu a pena.

No caminho de volta do parque, paramos no Freddo Fresas para almoçar. Pedimos um casado, mais uma iguaria típica da Costa Rica. Ele é similar ao nosso prato feito e, geralmente, vem com arroz, feijão, salada, legumes, banana e uma proteína (carne, frango, peixe). Eu pedi com frango e Fellipe pediu com uma carne ao molho. Estava delicioso! O lema do restaurante nunca fez tanto sentido: El poder de lo simple.

Encerramos a refeição e voltamos ao apartamento. Ficamos por lá um pouco e, à tarde, fomos até uma simpática cafeteria na cidade. Tomamos café, fizemos um lanchinho e aproveitamos para passear pelo centro.

À noite, ficamos no apartamento curtindo o lindo céu estrelado e ajeitando as coisas para partir no dia seguinte. A passagem pelos arredores do Poás foi curta, um pouco mais nebulosa do que o esperado, mas, ainda assim, incrível.

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