Vale dos Vinhedos

O vale dos vinhedos é uma região da Serra Gaúcha que engloba alguns municípios, mas em geral são as cidades vizinhas de Bento Gonçalves e Garibaldi que servem como base para a visita a qualquer vinícola da região. Aliás, na nossa primeira vez na região, ficamos hospedados justamente em Garibaldi.

Desta vez, contudo, escolhemos algo um pouco diferente. Ao invés de ficar na cidade, optamos por uma pousada bem no meio do vale. A escolhida foi a pousada Vêneto, já no caminho para a cidade de Monte Belo do Sul.

Bem por isso, como não ficaríamos muito em Bento Gonçalves, aproveitamos nossa manhã passeando rapidamente pelo centro da cidade, onde tiramos fotos do icônico chafariz, cuja água é cor de vinho.

Foto obrigatória tirada, seguimos com destino ao vale propriamente dito. Rapidamente já estávamos fora da cidade, com as paisagens exuberantes à nossa volta. A primeira parada foi a vinícola Casa Valduga.

Ela é enorme, muito bonita, mas comercial demais para mim. Assim, ficamos pouquíssimo tempo por lá e já seguimos viagem. Optamos por não fazer a degustação porque os vinhos da Casa Valduga são facilmente encontrados na cidade onde moramos, então fazia mais sentido esperar para provar algum vinho diferente.

Seguindo essa linha, fomos até a vinícola Lidio Carraro. O local é muito aconchegante e o espaço para as degustações é uma graça. Provamos alguns rótulos, sempre atentos às explicações da enóloga, que foi orientando e descrevendo todas as peculiaridades de cada um. Foi uma degustação diferenciada, então recomendo sem sombra de dúvidas. Gostamos tanto dos vinhos que até trouxemos alguns.

Saindo de lá, fomos até o restaurante BraZedo. Não é nada muito exclusivo, muito pelo contrário, é um restaurante enorme, às margens da estrada, mas a comida estava excelente.

Depois de almoçar com calma, fomos seguindo pelo vale até chegar à pousada. E que pousada viu. Coincidentemente (ou não), a Pousada Vêneto também é uma casa de pedra, assim como a que ficamos nos Caminhos de Pedra.

Os quartos são muito limpos e bem decorados. Ficamos em quarto mais simples, mas existem opções com banheira e outros mimos.

O local onde a pousada está localizada também é lindo. Há um gramado no entorno, com áreas para descanso em um fim de tarde. Infelizmente, a pousada não conta com restaurante, mas há um food truck para quebrar um galho, com lanchinhos e cerveja artesanal durante a noite.

Fizemos o check in, deixamos as coisas no quarto e já saímos para a terceira vinícola do dia. A escolhida foi a Cave de Pedra, que já havíamos visitado uns 10 anos antes, em nossa primeira viagem ao Vale dos Vinhedos.

Uns 15 minutos depois que chegamos já estávamos começando o tour com degustação. A visita foi muito tranquila e a degustação foi boa. Não chegou perto da experiência que tivemos na Lídio Carraro, mas obviamente são propostas distintas.

Encerrada a visita, seguimos para a cidade de Monte Belo do Sul. É um local lindo, mas bem pequeno e, talvez por isso, encantador. Estacionamos perto da pracinha da cidade e ficamos por lá um pouco. Tomamos um café em uma padaria, fizemos algumas fotos da vista e voltamos para a pousada para descansar.

À noite, optamos por voltar para Monte Belo para jantar, pois havia um restaurante que queríamos conhecer: A Francesco Trattoria. Ele fica bem no centro da cidade, em frente à Igreja Matriz, então é bem fácil de localizar.

O restaurante foi um ponto alto da nossa estada pelo Vale dos Vinhedos. O lugar é muito bonito, com uma decoração intimista e aconchegante. Além disso, o atendimento foi extremamente cortês e a comida estava excelente. Pedimos ossobuco com risoto de açafrão e um risoto de tomates. Tudo estava excelente.

Saímos do restaurante, caminhamos um pouquinho pela cidade e voltamos para a pousada. Apesar das curvas da estrada, dirigir a noite por lá foi bem tranquilo.

O dia seguinte começou com um café da manhã diferente. Na pousada, o café fica em cestas de piquenique, que podem ser levadas ao jardim. A ideia é realmente muito boa, mas confesso que, depois do café da manhã da pousada Cantelli, o nível subiu muito. Tomar café da manhã no jardim é uma delícia, mas os itens estavam meio sem graça.

Café da manhã tomado, seguimos com o roteiro do dia, que envolvia resolver algumas questões na cidade antes de passear (lavar roupas kkkk). Encerrada a parte não glamorosa da vida viajante, fomos até o Vale do Rio das Antas. É bem perto do Vale dos Vinhedos, mas me pareceu um tanto quanto mais autêntico.

Nossa primeira parada foi a vinícola Casa Postal. Como Fellipe estava dirigindo e ainda tínhamos um longo dia pela frente, optamos por não fazer a degustação. Fomos direto ao restaurante para almoçar.

Pedimos risotos, acompanhados de Salmão e cordeiro. Não gostei muito da execução dos pratos, pois a textura dos risotos não me agradou. De todo modo, a apresentação estava bem bonita e o espumante que acompanhou minha refeição estava muito bom.

Deixamos a Casa Postal com destino à Dal Pizzol. Essa não é bem uma vinícola, mas um verdadeiro parque, com jardins enormes, alguns bichinhos fotogênicos e, em dias mais cheios, um restaurante.

Quando fomos, estava bem vazio, mas ainda assim foi um passeio muito agradável. Optamos por fazer uma degustação básica, mas as características dos vinhos não me agradaram muito. Ainda assim, recomendo a visita, principalmente para quem está com crianças.

Depois da visita a Dal Pizzol seguimos viagem e fomos até a Cristófoli Vinhos. Eu estava um pouco reticente quanto a essa visita, mas foi a melhor escolha do dia. O local estava bem cheio, pois eles estavam inaugurando o restaurante. Ainda assim, a degustação que fizemos lá foi uma das melhores da vida.

Não havia absolutamente nada de luxuoso e refinado, mas ser atendido em uma vinícola verdadeiramente familiar é muito especial. Fomos experimentando os vinhos e conversando, no fim das contas, saímos de lá cheios de garrafas e com uma sensação maravilhosa, dessas que a gente tem quando passa um tempo com bons amigos. Recomendo muito a visita.

De lá, fomos retornando para a cidade de Monte Belo do Sul, pois queríamos ir ao Francesco para um café da tarde. Ao invés de usar a estrada principal, optamos por ir por uma estrada local de terra, que passa entre as chácaras, com colinas, grandes parreirais e paisagens lindas, que tornaram ainda mais especial a nossa passagem pela região.

Chegando na Trattoria, pedimos café e alguns doces. Estava tudo delicioso, mas o bolo de nozes que Fellipe escolheu estava espetacular.

Voltamos para a pousada e, à noite, optamos por ficar por lá mesmo. Fomos petiscar no food truck, que é “gerenciado” pelo Romário, dono da pousada. Tomamos algumas cervejas e comemos batata frita, tudo em meio a um ambiente muito descontraído.

No outro dia de manhã, aproveitamos que o dia estava lindo e fomos tomar nosso café no jardim da pousada. A viagem chegava ao fim, então nada melhor que tentar fazer o tempo passar mais devagar. A receita para isso? Transformar cada momento em um acontecimento único. O céu azul, o barulhinho amistoso dos pássaros e a luz do sol no nosso rosto. Assim encerramos a viagem e essa série de posts.

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