Costa Rica: Guanacaste

No primeiro post desta série nós falamos um pouquinho sobre as regiões da Costa Rica. Apesar de ser um país pequeno, a diversidade é enorme. Em um único dia é possível passear por vulcões, atravessar bosques densos e romper a bruma em direção ao litoral. Foi exatamente isto que fizemos.

Nosso dia começou em La Fortuna e o destino final era a região de Guanacaste. Ela é uma das regiões mais conhecidas da Costa Rica. Fica no litoral e tem a fama de ter as praias mais charmosas do país. Lá está a cidade de Tamarindo, super famosa pelo “agito e badalação”.

Mas Guanacaste não é só Tamarindo. Para além dos atributos da cidade praiana descolada, Guanacaste é onde está a península de Nicoya, uma área que começa perto de Tamarindo, mas se estende até a cidade de Montezuma. A península é bastante conhecida pelas praias mais tranquilas e cidades pitorescas, mas também por ser um dos lugares com melhor índice de qualidade de vida e condições favoráveis à longevidade no mundo, integrando o seleto grupo das chamadas zonas azuis.

Apesar disso, Guanacaste quase ficou de fora do nosso roteiro, porque nosso tempo era limitado e toda a propaganda de Tamarindo acabou me desanimando um pouco. Confesso que, no fim das contas, Guanacaste entrou mais por causa do blog (Santo Blog).

Hoje digo, sem dúvida alguma, que uma viagem pela Costa Rica não seria completa sem uma espiadinha em Guanacaste. Mais que nunca relembro a máxima que só há uma forma de saber como vai ser a experiência: vivendo ela pessoalmente. Ler sobre um destino ajuda muito, mas nada se compara a conhecer e se deixar levar pela essência e energia do lugar.

Assim, no afã de descobrir os segredos de Nicoya, encerramos o nosso passeio pela Cascata Rio Celeste e seguimos viagem.

Como vocês viram no post anterior, acabamos ficando mais tempo no Parque Vulcão Tenório do que havíamos pensando. Por isso, saímos com cerca de duas horas de atraso.

Para ajudar, ainda fizemos uma pausa no caminho. É que, depois de algum tempo de estrada, a fome apertou, então paramos em uma cafeteria na cidade de Libéria. Apesar de não ter sido planejada, a parada não poderia ter sido melhor.

Provamos um café local feito em um método de preparo inventado na Costa Rica, chamado Vandola. O lugar é lindo e o café estava uma delícia. Isso sem contar que a pessoa que nos serviu o café foi ótima, atenciosa e muito agradável.

Apesar da vontade de ficar mais tempo no café, tínhamos que chegar ao nosso hotel, perto de Tamarindo, antes das sete da noite. 

Não foi uma tarefa fácil. A estrada até Tamarindo estava muito movimentada em razão do feriado e alguns trechos estavam em obras. Por falha nossa, não havíamos previsto essas coisas quando do planejamento da viagem, então isso atrapalhou um pouquinho os planos e acabou nos impondo uma viagem mais apressada até Guanacaste.

É lógico que, em se tratando da Costa Rica, nem a pressa para chegar a um destino é capaz de tirar a magia das belas paisagens. O dia estava lindo e fomos presenteados com um entardecer encantador.

Acabamos chegando ao Antema Lodge, hotel que havíamos reservado, ao anoitecer. É um hotel no meio do mato (nenhuma novidade por aqui), pertinho da cidade de Tamarindo. 

O lugar é bonito, mas havia acabado de passar por uma mudança de administração, então as coisas estavam meio confusas. Para ajudar, os donos eram franceses e não falavam espanhol muito bem (nem inglês).

Ainda assim, o check in deu certo e em poucos minutos estávamos devidamente instalados. Tomamos banho, deixamos as coisas e saímos para Tamarindo para jantar, pois o hotel não possuia restaurante. 

A cidade estava agitadíssima, fervilhando. Depois de alguns dias passeando por cidades pequenas e tranquilas, Tamarindo foi um choque para mim. De fato, para quem gosta de agito, é o lugar certo.

Há um centro muito bonitinho, com uma infinidade de lojas e restaurantes. Também há muitos hotéis, alguns enormes e sofisticados.

Nós demos uma rápida passada pela avenida central, mas como não havia sequer lugar para estacionar, acabamos indo jantar em um restaurante mais afastado, o La Esquina. Pedimos um calzone, que estava bem gostoso. Encerrada a refeição, voltamos ao hotel para descansar, afinal o dia havia sido longo.

No outro dia pela manhã acordamos cedinho e fomos dar uma volta pelo Lodge. Como havíamos chegado à noite, não tínhamos conseguido ver o jardim ou os arredores. Os quartos estão espalhados pelo amplo terreno, rodeados de árvores. Bem na área central há uma piscina muito bonita e uma cozinha, para uso dos hóspedes. O bosque do hotel é bem bonito e atrai diversos animais, inclusive macacos bugios.

Ficamos algum tempo por lá e saímos rumo à cidade de Tamarindo. Nossa primeira parada foi a cafeteria Breaking Bread. Pedimos duas opções de café da manhã e ambas estavam excelentes, mas me chamou atenção o fato de haver muitas opções de cafés da manhã “gringos” por assim dizer. Nada dos tradicionais cafés da manhã costaricenses, com arroz e feijão.

Deixamos o carro estacionado na frente da cafeteria e fomos andar à pé pela cidade. Como estava cedo, ainda havia certa tranquilidade. Até a praia estava vazia, embora as espreguiçadeiras sendo montadas já deixassem claro que o dia seria agitado.

Ficamos por lá algum tempo e decidimos fazer um roteiro diferente do que estava no script. Inicialmente, nossa ideia era usar o dia para conhecer as praias próximas à Tamarindo. No entanto, como estávamos no meio de um feriado prolongado e já sabíamos que a cidade estava muito cheia, optamos por conhecer praias mais distantes.

Já havíamos lido sobre uma região chamada Nosara, mas ela havia ficado de fora da programação em razão da distância. No fim das contas, foi justamente ela que entrou na lista de última hora.

Assim, no meio da manhã, saímos em direção a Nosara.

Nossa primeira parada no caminho foi a Playa Lagarto. Deixamos o carro sob algumas árvores e depois de poucos passos estávamos na praia. A maré estava baixa, então havia diversas piscinas naturais, onde era possível avistar peixinhos e outros bichinhos simpáticos.

Ficamos andando por lá por um tempo e seguimos nosso trajeto. Fizemos mais uma parada no início da Praia Ostional, em um trecho onde a praia fica bem perto da estrada. Paramos o carro e alguns passos depois já estávamos na extensa faixa de areia. O lugar estava praticamente deserto, o que o tornava ainda mais charmoso. Ficamos algum tempo por lá e seguimos viagem, afinal ainda havia chão pela frente.

A estrada que liga Tamarindo a Nosara é bem ruim. Há muitos trechos sem asfalto e, em muitos lugares, as pontes estão um pouco danificadas. Em certo ponto, atravessamos um pequeno riacho, mas infelizmente não consegui gravar o momento icônico. De toda forma, com paciência, dá pra chegar com tranquilidade. 

Chegamos em Nosara por volta do meio dia. Fomos direto para a Playa Pelada. O mar estava agitado em alguns pontos, mas a maré ainda estava baixa e havia muitas piscinas naturais com água calminha e quentinha. O dia estava lindo, quente, com céu azul, então ficar curtindo a água foi uma delícia.

Depois de um tempinho por ali, fomos para uma área mais movimentada e fizemos uma parada estratégica no Bar Olga, onde pedimos cerveja, suco e uns petiscos. O bar é ok, nada de especial, a localização, no entanto, é ótima, bem pé na areia.

Saímos de lá e fomos tentar encontrar algumas outras praias sobre as quais havíamos lido, mas não tivemos muito sucesso, pois alguns dos caminhos demandavam veículo com tração nas quatro rodas e achamos melhor não arriscar. Um riacho a gente até atravessa, mas mais que isso já não parece uma boa ideia.

Assim, lá pelas três da tarde, começamos nosso percurso de volta. Paramos apenas no lado oposto da Praia Ostional, onde, na época certa, as tartarugas fazem os ninhos. Vimos apenas os vestígios delas, mas nenhuma tartaruguinha sequer. Também não vimos os grandes donos da praia, sinalizados por toda parte, os crocodilos. Por outro lado, tivemos a sorte de avistar um Momoto, um lindo e colorido pássaro comum na região.

Com isso, voltamos para Tamarindo. 

Nossa ideia era chegar a tempo de ver o pôr do sol na Praia de Langusta, mas infelizmente o trajeto demorou mais que o esperado. Então, voltamos direto para o hotel e fomos aproveitar a piscina. Não dá pra reclamar não é mesmo?

À noite voltamos para a cidade de Tamarindo e fomos jantar no agradável Falafel Bar, um restaurante libanês que estava muito bem avaliado no Trip Advisor. O local é uma graça e a comida estava deliciosa. Também tomei um suco de hibisco que estava excelente.

Saindo de lá, passamos em um supermercado, compramos água e seguimos para o hotel, afinal nossa estada era curta e o dia seguinte já era de partida.

Ficamos pouquíssimo tempo em Tamarindo e, certamente, em uma época que não seja temporada, as coisas devem ser um pouco mais tranquilas na cidade. Uma coisa é certa, apesar de Tamarindo não fazer meu estilo, acredito que muitas pessoas vão amar. É mesmo uma questão muito pessoal.

Arrisco dizer que, certamente, Tamarindo não entrará no meu próximo roteiro pela Costa Rica, seja porque é agitado demais para minha vibe, seja porque há uma infinidade de outros locais que ainda quero conhecer. Por outro lado, é quase certo que Guanacaste vai estar presente, afinal é uma região linda, que vai muito além de Tamarindo e merece ser apreciada com calma.

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2 Resultados

  1. TARCISO MARCHETTO disse:

    Tem suco de tamarindo, que parece de groselha, com sabor de limão?

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