Atacama: Valle de La Muerte e Laguna Chaxa

A esta altura quem está acompanhando a série de posts já deve ter compreendido que, no Atacama, o que não faltam são salares, lagunas, vales e, em tese, flamingos. Tudo isso faz parte do universo geográfico do deserto, que está espremido entre duas cordilheiras: Cordilheira dos Andes e Cordilheira de Sal.

Não bastasse a existência de vários salares, muitos possuem nomes parecidos e até idênticos.E em se tratando de um deserto, as vezes é difícil saber onde acaba um e começa o outro. O mesmo se aplica aos vales, que hora possuem nomes iguais, hora nomes diferentes para o mesmo local. O Valle de La Muerte, por exemplo, também é chamado de Valle de Marte. Para complicar mais um pouco, ele faz parte da mesma região do Valle de La Luna.

No nosso planejamento inicial, o Valle de La Muerte seria visitado no mesmo dia do Valle de La Luna. No entanto, como vocês já viram no post sobre o Valle de La Luna, o tempo mal deu para um vale, quanto mais para os dois.

Por isso, depois dos ajustes que fizemos, encaixamos o passeio pelo Valle de Marte no mesmo dia da visita à Laguna Chaxa, no Salar de Atacama. Como a visita ao vale envolvia algumas caminhadas, decidimos começar o dia por ele para evitar o calor da tarde.

Valle de La Muerte

Assim, acordamos cedo, tomamos café e fomos para o vale. Mais uma vez, não tivemos nenhum problema em fazer o passeio por conta própria. A entrada para o vale fica a uns 17 quilômetros da cidade. A estrada é excelente e há diversas placas indicando o local.

Compramos nossos ingressos na recepção, recebemos as orientações básicas e seguimos de carro. Depois de alguns quilômetros há algumas dunas em que o pessoal pratica sandboard. Neste local é preciso estacionar e seguir a pé, pois à partir dali a estrada está fechada para veículos.

Fomos andando por alguns metros e logo chegamos a um local que dava acesso ao mirante. Decidimos subir até lá primeiro, antes de fazer a trilha propriamente dita. Depois de uma subidinha curta, mas íngreme, chegamos ao topo. De lá, uma das vistas mais incríveis da região. Abismos sem fim, canions e formações rochosas a perder de vista.

Ficamos por lá algum tempo, até para entender exatamente como faríamos para chegar ao início da trilha. Do mirante, vimos algumas pessoas do outro lado e entendemos que teríamos que descer, atravessar e subir novamente pelo outro lado da estrada.

Fica a dica: Logo depois do local onde o carro fica estacionado, há uma marcação de que a estrada está fechada. De um lado, você sobe para o mirador. Do outro, começa a trilha que leva de volta até o estacionamento, mas desta vez andando por cima do paredão.

O Valle de La Muerte é uma área bem grande, com dunas e muitas paisagens interessantes. Ao mesmo tempo que lembra o vizinho Valle de La Luna, é totalmente diferente, principalmente porque a trilha é feita pela parte de cima do vale (um platô), possibilitando vistas incríveis dos paredões.

A trilha é muito interessante, principalmente porque nos dá a dimensão de como somos pequenos diante de um cenário tão grandioso. É uma caminhada tranquila, na maior parte plana. Apenas na hora de subir até o platô e na hora de descer é que há um pouquinho mais de dificuldade.

Para subir é só ir seguindo a área demarcada por entre as pedras. A descida é um pouco mais intuitiva. O caminho da descida não está demarcado, mas é pelas dunas. A única recomendação é evitar descer no local onde o pessoal pratica Sandboard. A orientação é observar por onde eles sobem e descer por lá, pra evitar acidentes e atropelamentos.

Fizemos nossa caminhada com tranquilidade e encerramos com a descida pela areia. Impossível não lembrar do filme Duna no momento da descida.

Depois de tirar a areia dos calçados, pegamos o carro e seguimos para a cidade. Almoçamos no Tierra Natural e fomos para o próximo passeio do dia: a Laguna Chaxa, no salar de Atacama.

Laguna Chaxa e seus flamingos

Nossa meta, depois do fracasso do dia anterior, era encontrar flamingos e estávamos determinados a cumprir a missão. Em todos os lugares que havíamos lido, a informação era de que o melhor lugar para ver as aves era na Laguna Chaxa.

A Laguna Chaxa é relativamente fácil de ser visitada. De San Pedro até lá são cerca de 60 quilômetros. Metade do trajeto é feito através da ruta 23, pavimentada e em bom estado. O restante é por uma estrada de cascalho, a B-355, que também estava em boas condições de trafegabilidade.

Ao chegar na entrada da laguna, paramos na recepção, compramos os ingressos e seguimos. O passeio se resume a caminhar pelas trilhas bem demarcadas, brancas de sal, tudo sob sol pleno. Por isso, logo na entrada fomos avisados quanto à necessidade de usar bastante protetor solar.

Ali na entrada, também haviam cartazes com ilustração de diversas aves comuns na laguna. Entre elas, as quatro espécieis diferentes dos tão esperados flamingos.

Ao longo do trajeto há alguns pontos específicos para observação, bem como informativos acerca do ecossistema local. Pudemos ver pequenas poças com os camaroezinhos que servem de alimento aos flamingos. Além de muito sal.

Nós fizemos o trajeto todo. Fomos caminhando com tranquilidade, lendo as informações e observando tudo. Logo no início da caminhada já vimos os tão esperados flamingos. Estavam longe, mas já era alguma coisa.

Depois de algum tempo de caminhada, aí sim foi a festa de flamingos. Haviam muitos deles, das quatro espécies diferentes. Além disso, muitas outras aves se agruparam na lagoa, tornando o espetáculo ainda mais lindo.

Muitas fotos depois, começamos nosso caminho de volta, parando em diversos pontos para observar as paisagens espetaculares da rota. Fizemos também uma parada bem rápida na Vila de Toconao, onde há uma simpática igreja.

Chegamos ao hotel no fim da tarde, naquele momento mágico em que a luz pintava de cobre o vulcão, destacando os contrastes e o caminho dos rios de lava, acentuando ainda mais a dramaticidade do Atacama. Impossível não tentar eternizar o momento, ainda mais com a vista privilegiada do hotel.

No dia seguinte, começariam os passeios em altitude, então encerramos a noite mais cedo com um delicioso jantar no Rincon del Sal e fomos descansar.

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4 Resultados

  1. Débora Raiani disse:

    Lindo!

  2. VIVIAN HARUMI IKINO UEDA disse:

    Lugares perfeitos!!!

  3. Morgana disse:

    Um sonho

  4. Elaine Kátia Gerhardt Marchetto disse:

    Valle de La Muerte parece fazer jus ao nome rss…Bem assustador mas bonito ao mesmo tempo. Ahhh os flamingos…

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