África do Sul – Rota Panorâmica

O dia 18/03/2018 começou cedo. Por volta das 07h já estávamos tomando café da manhã. O hotel em que estávamos hospedados não possuía restaurante próprio para servir as refeições, mas havia uma lanchonete anexa ao Hotel onde o café era servido.

Fizemos nossa refeição e saímos de carro em direção à região do Kruger Park, onde iriamos, pela primeira vez na vida, fazer um safári. Era domingo, e o trânsito estava bem tranquilo na saída de Joanesburgo.

Em nossas pesquisas antes da viagem, uma unanimidade entre os sites que vimos era que, no caminho par ao Kruger parque, deveríamos passar por uma estrada conhecida como Rota Panorâmica. Trata-se de um trecho de estrada que passa por uma região repleta de montanhas e vales com paisagens maravilhosas, a oeste dos portões do Kruger Park.

Nossos planos envolviam um deslocamento de mais de 400 km até Hoedspruit, onde havíamos reservado um hotel. No caminho, conheceríamos a cidade de Graskop e alguns pontos turísticos e mirantes famosos da região.

Depois de quatro horas de viagem, chegamos ao primeiro ponto que havíamos marcado, a cachoeira chamada Mac Mac Falls. Pagamos o equivalente a R$6,00 para estacionar e, depois de uma pequena caminhada, chegamos até um mirante de onde é possível avistar a cachoeira.

É um local bonito, mas não me chamou muito atenção, talvez porque cachoeiras não sejam muita novidade para mim. No entanto, lá encontramos um dos melhores lugares para comprar bichinhos feitos de pedra, souvenirs bem comuns na África do Sul.

De lá seguimos para Pilgrim’s Rest, descrita pelas pessoas como uma vila histórica com museus, sítios históricos e arquitetura antiga preservada. Passamos por lá rapidamente, mas não nos animamos a parar. Apesar das informações sobre o local indicarem que seria um passeio interessante, tive a impressão que havia muita figuração e pouca história de verdade. Demos meia volta e seguimos para uma cidadezinha chamada Graskop, onde almoçamos no famoso Harrie’s Pancake.

O almoço estava ótimo. Pedimos uma panqueca doce e uma salgada. Dividimos as duas e, de barriga cheia, continuamos nosso trajeto. Paramos em um lugar conhecido como Pinnacle Rock, nossa primeira parada na Rota Panorâmica propriamente dita. Trata-se de uma formação rochosa bem interessante, no meio de um vale. Pagamos o equivalente a R$10,00 para entrar e ficamos lá por quase uma hora.

Saímos de lá e, alguns quilômetros depois, chegamos no God’s Window. O ingresso custou a mesma coisa que no Pinnacle Rock. O local conta com uma boa estrutura. Tem um estacionamento amplo, onde existem alguns banheiros e lojinhas vendendo artesanato a preços bem camaradas. Para chegar até a “Janela de Deus”, um dos mirantes do local, é preciso fazer uma caminhada e subir alguns degraus. Nada muito cansativo, mas usar calçados adequados ajuda bastante.

Realmente, a vista é magnifica. O lugar é muito bonito e vale a visita. Além do mirante mais famoso, ainda existem outros espalhados pela trilha, que permitem a visão do vale por diversos ângulos.

Depois de muitas pausas para fotos, encerramos o passeio no God’s Window e seguimos para nosso destino final do dia, que era o Unembeza Boutique Lodge & Spa, localizado em Hoedspruit. Como havíamos reservado o jantar no hotel para o início da noite e ainda estávamos um pouco distante, não tínhamos muito tempo a perder.

Por isso, saímos da rota panorâmica e fomos por uma via alternativa, cujo trajeto era mais rápido. Conforme íamos nos aproximando do Hotel e da região do Kruger, as placas nas estradas ficavam mais interessantes. É uma pena que não consegui tirar foto, mas ver uma placa pedindo para ter cuidado com os elefantes não tem preço.

Chegamos em Hoedspruit por volta das 18h e depois de algumas voltas, encontramos o portão que dá acesso à reserva privada onde o hotel está localizado.

O Unembeza foi uma das pequenas extravagâncias da viagem. Escolhemos depois de ler diversas avaliações positivas quanto ao conforto e localização. Eu sabia que o hotel ficava dentro de uma reserva e que isso possibilitaria contato com a natureza. Mas confesso que não achei que fosse tanto contato.

Assim que entramos na reserva vimos diversas placas tratando da velocidade. Tínhamos que andar bem devagar em razão dos bichos que poderiam atravessar. Estávamos indo normalmente quando, de repetente, alguns animais surgiram na estrada. Demorei a entender o que era porque já estava anoitecendo e estávamos longe. Quando chegamos mais perto vimos que eram alguns Warthogs (vulgo Pumba). Fiquei tão alterada com isso que nem consegui tirar foto direito.

Chegamos ao Hotel alguns minutos depois e a recepcionista, muito gentil, informou que Warthogs são como pets por ali. Fomos recebidos com toalhas mornas para as mãos e uma bebida de boas vindas. Fizemos o check in e uma funcionária nos ajudou com as bagagens e nos mostrou o hotel.

O lugar é simplesmente lindo. Em menos de um minuto minhas expectativas foram superadas. O ambiente externo é maravilhoso, com jardins, árvores e cantinhos muito aconchegantes. O quarto era grande, confortável e bem decorado. Era perceptível a atenção em todos os detalhes.

Mal tivemos tempo de descansar. Tomamos banho e já nos arrumamos para o jantar, que era composto de menus fixos e foi servido na área externa do Hotel, sob um céu estrelado. Para acompanhar a refeição, um vinho nacional e o tilintar das brasas de uma fogueira. Havia dois dias que eu estava na África e eu já estava completamente encantada.

No outro dia acordamos bem cedo, por volta das 5h, fomos até uma torre de observação na área externa do Hotel e ficamos por lá até o nascer do sol, assistindo aquele espetáculo da natureza. Vimos alguns pássaros e também um pequeno antílope andando tranquilamente pela vegetação.

Uma das coisas interessantes no hotel é que não há cercas ou divisões entre a propriedade e a área de reserva propriamente dita. Os animais circulam livremente por todo o lugar e apenas evitam os ambientes internos do hotel por conta do movimento de pessoas.

Voltamos para o quarto e logo depois saímos e nos acomodamos no deck para o café. Enquanto apreciávamos as delícias que nos eram trazidas, ficamos curtindo o sol da manhã.

Logo depois, saímos do hotel com a missão de visitar os demais pontos turísticos da Rota Panorâmica, em especial nas proximidades do Blyde River Canyon. Começamos pela barragem, onde fizemos uma trilha descendo até a margem da represa que abastece a região de água e energia elétrica. A barragem é enorme e represa a água no 3º maior cânion do mundo.

O lugar é um parque administrado pelo governo, Reserva Natural Blyde River Canyon, e possui uma boa estrutura para turismo, com banheiros, estacionamento uma lojinha e uma lanchonete. No entanto, aparentava estar bem abandonado, sem manutenção nos prédios e com o comércio todo fechado.

Há várias trilhas que percorrem todo o parque, mas como não tínhamos muito tempo, resolvemos apenas descer até a represa e depois ir até o topo da barragem antes de continuar nossa jornada.

Saindo do parque, fomos até as Echo Caves, cavernas localizadas na província de Limpopo, as quais, segundo a lenda, foram usadas por tribos locais para se esconderem da “civilização”. O passeio pelas cavernas é guiado e é muito interessante, tanto pela formação rochosa em si, quanto pela história contada pelo guia.

Terminamos os passeios pela caverna e seguimos até Graskop, onde almoçamos novamente no Harrie’s. 

De lá fomos para Bourke’s Luck Potholes, que são algumas formações rochosas moldadas pela água, bem interessantes, localizadas em Mpumalanga. Novamente, a estrutura turística da região nos surpreendeu bastante. Haviam passarelas construídas sobre os cânions e um grande espaço com lojas de artesanato e restaurantes próximos ao estacionamento.

O fluxo de turistas no local era grande, com vários ônibus e carros chegando a todo momento. Além dos atrativos naturais, haviam também apresentações artísticas, com grupos de homens e mulheres mostrando detalhes da vasta cultura musical sul-africana.

Saindo de lá, fomos para Loweld View e depois para o Three Rondavels View Point, dois lugares com uma linda vista do cânion, com suas formações espetaculares, grandes estrelas da rota panorâmica. Cumprimos nossa meta de passeios já no final da tarde, quando retornamos para o Hotel.  

Já dentro da reserva privada, cruzamos com diversos simpáticos bichinhos. Mais uma vez terminamos a noite com um jantar espetacular e um vinho maravilhoso. No outro dia cedo nos despedimos do Unembeza, já sentindo saudade da hospitalidade e do carinho de todos, mas, ao mesmo tempo, ansiosos para o início do nosso primeiro safári.

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