Alaska -Turistando em Anchorage
Havia chegado a hora de deixar as cidades tranquilas e bucólicas do interior do Alaska e retornar para Anchorage. Acordamos por volta das 08h, tomamos café no Rose’s Cafe e começamos a nossa viagem de volta, que seria longa e demandaria quase um dia inteiro.
A viagem foi bastante tranquila, tanto que fizemos apenas uma parada no caminho, em um posto de combustível. Chegamos em Anchorage por volta das 16 horas e fomos direto conhecer uma loja de materiais esportivos chamada Rei, que havia despertado nossa curiosidade.
A loja tinha bastante variedade de itens para acampamento e esportes de aventura, mas como não tínhamos planos de comprar nada e os preços não eram espetaculares, acabamos saindo de lá apenas com um livro da Lonely Planet.
De lá fomos para o My Place, mesmo hotel que havíamos ficando uns dias antes. Saímos para jantar à noite e, depois de ler algumas avaliações, optamos por um restaurante bem tradicional, chamado Glacier Brewhouse.
Chegamos ao restaurante e havia uma longa fila de espera. Inicialmente, optamos por aguardar, mas depois de alguns minutos, a fome apertou, então resolvemos ir embora. Quando estávamos saindo, percebemos que os alarmes de incêndio estavam acionados. Primeiro de forma mais sutil, depois de modo ensurdecedor.
Em um primeiro momento, acreditamos que isso se devia a fumaça normal da cozinha onde haviam chapas e um forno a lenha, e, pela tranquilidade dos funcionários, eles compartilhavam da mesma percepção.
De todo modo, saímos do restaurante e fomos até o estacionamento onde havíamos deixado o carro. Nesse momento, olhando para o telhado do restaurante, percebemos que o local estava pegando fogo, literalmente falando. Não tardou para que os bombeiros chegassem e o local fosse evacuado, com toda tranquilidade do mundo.
Não sou muito fã de comparações entre lugares ou pessoas, porque cada povo tem sua cultura, sua história, e isso reflete muito na forma como reagem às mais diversas situações. Mas é impossível não mencionar que os clientes e funcionários do restaurante saíram de forma muito, mas muito, civilizada.
Ficaram, inclusive, agrupados na calçada, do outro lado da rua, alguns conversando, outros terminando os drinks. A ação dos bombeiros também foi impressionante. Em minutos a situação estava controlada, sem alarde e sem confusão alguma. Mais tarde, fomos entender o que exatamente tinha acontecido através das notícias locais.
O fato é que, seja por que o restaurante estava cheio, seja porque pegou fogo, tivemos que procurar algum outro lugar para comer. Já estava tarde e nós estávamos com fome. Então, acabamos indo ao Mc Donald’s, pela segunda vez na viagem.
Depois de comer, voltamos para o Hotel e fomos descansar. No outro dia tomamos café na Great Harvest e fomos para o Chugach State Park, onde iriamos fazer a Flattop Trail, uma trilha super conhecida na região, de onde, em tese, se tem uma bela vista da cidade e, inclusive, do Monte Denali.
O parque é bem alto e quando chegamos lá estava muito frio. Deixamos o carro no estacionamento e começamos a trilha, que tem inicio a partir do estacionamento mesmo.
A trilha está classificada como moderada e existem várias placas no caminho alertando para as dificuldades do percurso. Ela vai bem até certo ponto, mas o nível de dificuldade vai aumentando, até chegar em uma parte em que se sobe por pedras um pouco soltas. Não é impossível, mas não dá pra dizer que é fácil.
Infelizmente, apesar do esforço para subir, o tempo estava muito fechado e, mesmo do topo, não foi possível avistar a cidade ou as montanhas. Tudo que víamos era uma imensidão branca.
Ficamos lá em cima por alguns minutos e em seguida começamos a parte mais complicada da trilha: a descida. Se a subida foi complicada, a descida foi mais ainda. Para não correr o risco de cair, era preciso descer de costas, se apoiando nas pedras. Depois de bastante esforço, vencemos a parte das pedras e chegamos na trilha propriamente dita.
Fizemos algumas outras trilhas pequenas no parque e finalizamos nossa tarefa. Apesar do tempo fechado, fazer a trilha foi muito bom. Sabe como é, quanto mais difícil melhor.
Terminamos a trilha, fomos à Moose’s Tooth novamente. Comemos uma pizza, tomamos cerveja e fomos até o Eagle Park, onde passaríamos o restinho da tarde. Deixamos o carro no estacionamento e fomos fazer uma das trilhas, sempre atentos em razão da constante presença de ursos no local.
Não cruzamos com nenhum urso, mas demos de cara com uma águia, praticamente posando para a foto.
A trilha é muito bonita, fácil de ser feita, praticamente toda em terreno plano, e não é muito longa. Paramos em alguns locais no caminho para tirar fotos e terminamos de fazer o trajeto por volta das 20h.
Exaustos, porque havíamos passado, praticamente, o dia inteiro caminhando, voltamos para a cidade. Jantamos em um dos restaurantes da Applebee’s e fomos direto para o Hotel.
Nesta noite fiquei acordada até a meia noite para ver se realmente não escurecia. E, para constatação do que já tinha lido, não escureceu. Por volta das 00:30, não havia mais sol, mas a “noite” era equivalente ao nosso entardecer, quando o sol já se pôs, mas a luz ainda está presente. Antes das duas da manhã acordei novamente e vi que o sol já tinha nascido. Constatações feitas, voltei a dormir.
O dia 01/07, nosso último dia no Alaska, começou diferente do normal. Dormimos até mais tarde e fomos a um café chamado Fire Island. Lugar lindo, com pães, bolos e cafés incríveis.
Era domingo, então o lugar estava bem cheio. Como o dia estava bonito, com sol e céu azul, muitas pessoas estavam na calçada tomando café e conversando. Que forma mais agradável de começar um dia e que jeito mais lindo de lembrar do Alaska.
Saímos do café e fomos novamente até o Potter Marsh, onde vimos alguns pássaros e um alce andando tranquilamente com seu filhote, certamente aproveitando o domingo de sol.
Embora não tenhamos tido a chance de ver o Monte Denali do ponto clássico, do topo da Flattop Trail, como o tempo estava bem aberto neste dia, fomos surpreendidos pela visão da enorme montanha dali mesmo do Potter Marsh.
Nosso voo sairia no início da noite, então fomos almoçar no Bear Tooth Theatrepub e, de lá, como já não tínhamos mais hotel para ficar, fomos para o aeroporto.
O avião decolou pontualmente às 20h e da janela vimos as magnificas geleiras do Alaska, cintilando sob a luz de um sol constante, que nos lembrava a todo instante da magia que envolvia aquele lugar.
Nosso retorno para o Brasil foi longo, mas tranquilo. Fizemos uma conexão em Chicago, onde passamos o dia. Decidimos ficar em um complexo de lojas ao invés de passar o dia no aeroporto. E, de lá, pegamos um voo direto para Guarulhos, encerrando nossa jornada pela “última fronteira”.
Adorável!!