Nova Zelândia: Conhecendo a ilha norte

Este capítulo da aventura começou assim que a travessia entre as ilhas terminou. Nos despedimos da ilha sul e retornamos para a Ilha norte, de onde havíamos começado nossa jornada rumo ao admirável mundo novo.

Os próximos dias envolviam muitos planos e várias cidades. O tempo era curto e a vontade de conhecer tudo nos fazia acelerar o passo. A seguir, vocês conferem um resumo das nossas andanças pela ilha norte.

Wellington

Assim que desembarcamos em Wellington, a capital do país, pegamos outro carro e fomos para o hotel. Deixamos as coisas e já saímos para fazer um tour pela Weta, empresa que trabalha na área de efeitos físicos e especiais e que auxiliou na produção dos filmes do Hobbit e Senhor dos Anéis.

Não preciso nem dizer que o passeio foi espetacular. Além de uma loja recheada de action figures, estátuas e réplicas de objetos dos filmes, havia uma visita guiada ao interior das oficinas da empresa, onde pudemos conhecer o processo de produção dos efeitos, figurinos e maquetes usados em vários filmes. Durante esse passeio não era permitido tirar fotos, pois algumas coisas que vimos ali pertenciam a filmes ainda não exibidos.

Já deu para perceber que somos fãs da trilogia do Senhor dos Anéis e de tudo o que se relaciona a isso não é mesmo? Justamente por isso, imbuídos pelo espírito do fã que desconhece o cansaço, fomos percorrer alguns locais onde foram filmadas cenas dos filmes, no Monte Victória. Lógico que sem todos os efeitos especiais os lugares são um tanto diferentes. Ainda assim, foi um passeio muito divertido.

À noite, passeamos por uma rua bem simpática chamada Cuba Street, onde há vários bares e restaurantes. Jantamos em um restaurante Italiano bem autoral, chamado Cin Cin, com direito a musica ao vivo cantada por um cliente mais empolgado, que cantou a música O sole Mio lindamente. Encerrada a refeição, voltamos ao hotel para descansar.

No outro dia fomos ao aeroporto da cidade apenas para turistar, já que, adivinhem só, existem algumas esculturas gigantes das personagens dos filmes. Nos esbaldamos tirando fotos e seguimos para a próxima etapa da aventura: uma trilha que atravessa uma área vulcânica.

A inesquecível travessia do Tongariro

Ainda em Wellington, fomos até um centro de informações com a finalidade de verificar as condições para o Tongariro Alpine Crossing: a trilha de um dia mais famosa da Nova Zelândia, que passa por alguns vulcões e serviu de cenário para Mordor.

Para minha tristeza, a atendente informou que a trilha estava fechada por conta do mau tempo. Pensamos em mudar os planos e desistir do passeio, mas, apesar da previsão de chuvas, ainda tínhamos esperança que o tempo melhorasse e a trilha fosse reaberta. Assim, decidimos ir seguir para Taupo, cidade que costuma servir de base para quem vai realizar o passeio.

A estrada para Taupo é muito bonita, principalmente a Desert Road. Só por isso o trajeto já valeria a pena. No caminho, já mais perto do início da trilha, paramos em uma cidadezinha chamada Turangi, que dá acesso ao parque. Lá recebemos a informação que a trilha estava aberta. Aproveitamos e já compramos os tickets de um transfer para nos levar até o início da trilha no dia seguinte.

Confesso que mal consegui dormir na noite anterior ao passeio. Era muita expectativa envolvida. Bem cedinho, estávamos prontos. Fomos de carro até o fim de trilha, onde deixamos o carro estacionado e uma van foi nos buscar, nos levando até o início do percurso. A trilha não é circular, por isso os turistas costumam deixar o carro no final do percurso, ir de van até o inicio e, depois de toda a caminhada, chegar até o carro no fim do passeio.

São quase vinte quilômetros de caminhada, com subidas íngremes e descidas bastante cansativas. A maior parte da trilha fica em campo aberto, com vento, sol e chuva. Tivemos sorte e no dia em que fizemos o trekking não choveu nem ventou muito. O frio estava suportável e não atrapalhou a aventura.

O percurso é longo e ao final do passeio mal conseguia sentir os pés, principalmente por causa das descidas sem fim. De toda forma, para mim, foi o dia mais marcante da viagem.

Eu estava com muitas expectativas em relação a esta trilha e superei todas elas. O lugar é incrível, um visual de tirar o folego… Isso sem contar aquela sensação de desafio vencido, que nos faz escalar vulcões, buscar trilhas escondidas, descer cachoeiras e coisas do gênero.

Encerramos o passeio, voltamos para a cidade, comemos um lanche e fomos descansar.

A riqueza da cultura Maori

Deixamos para trás a cidade de Taupo e seguimos viagem. Desta vez nosso destino era Rotorua, uma cidade com intensa atividade geotermal e onde a cultura Maori, povo nativo da Nova Zelândia, é muito forte.

Como chegamos na hora do almoço, aproveitamos para conhecer a famosa Rua EAT, onde se concentram vários restaurantes da cidade. Depois do almoço, fomos até o Parque Waiotapo.

O parque tem diversos lagos coloridos pelo enxofre e outros minerais trazidos ao solo pela constante atividade vulcânica. Os tons da água vão desde o verde ao laranja. Em alguns pontos, o cheiro de enxofre é muito forte e a fumaça é muito presente.

De lá, fomos até a Readwood, cujo atrativo principal é uma fotogênica floresta de sequoias. Ficamos lá por algum tempo e, depois de fazer uma pequena caminhada, voltamos para o hotel.

Precisávamos descansar, pois o dia seguinte também prometia ser maravilhoso.

Hobbiton

Bom, depois de andar por Mordor, era a chegada a hora de visitar a cidade dos Hobbits. Sim, estou falando do Condado, habitado por seres peludos e pequeninos. Ao menos na ficção, né?!.

No mundo real o local, chamado Hobbiton, é o set onde foram filmadas grande parte das cenas com os pequenos Hobbits do Senhor dos Anéis. Encerradas as filmagens, o local foi transformado em uma super atração turística.

O local fica a poucos quilômetros de Rotorua, em uma fazenda próxima à cidade de Matamata.

É quase um parque temático. Ao chegar, você estaciona próximo à loja de lembrancinhas e compra os tickets para um divertido passeio guiado pelo set de filmagem. Após um curto trajeto de ônibus, chegamos à emblemática colina onde os Hobbits escavaram suas tocas.

O passeio é guiado e permite conhecer o local bem detalhadamente, com direito a explicações, curiosidades e muitas fotos. Tem até uma paradinha na Taverna do Dragão Verde, local conhecido por quem é fã das histórias de Tolkien e onde funciona um pub de verdade. Foi incrível.

A península de Coromandel e a emblemática Cathedral Cove

Assim que encerramos o passeio em Hobbiton pegamos a estrada até a Península de Coromandel. Lugar famoso por suas praias maravilhosas, incluindo a Cathedral Cove, que certamente você já viu nas telas de bloqueio do Windows.

Nossa base por lá foi a cidade de Whitianga, onde chegamos já no meio da tarde. Fizemos check in no hotel e, após andar um pouco pela cidade, decidimos esticar o passeio até a cidade de Coromandel. Paramos tanto para fotografar as paisagens na bela estrada que acabamos nem chegando a Coromandel, pois a noite se aproximava. Depois de fotografar um lindo pôr do sol à beira da estrada, voltamos ao hotel para descansar.

Saímos de Whitianga no outro dia pela manhã e fomos conhecer Waiau Falls, uma linda cachoeira de águas azuis escondida no meio da reserva do Coromandel Forest Park. O acesso é bem fácil à partir da estrada, com poucos metros de caminhada até a queda d’água.

Saindo de lá, fomos ver a famosa Hot Water Beach, onde as pessoas cavam buracos na praia para aproveitar a agua quente que brota da areia. Como a maré estava alta, acabamos perdendo a chance de conhecer as famosas piscinas de água de quente do lugar. Rumamos então para o passeio mais esperado do dia: Cathedral Cove.

Deixamos o carro em um concorrido estacionamento e fizemos, a pé, uma pequena caminhada por uma “trilha” quase toda pavimentada até uma das mais lindas praias do mundo. A areia branca contrastava com o mar azul, quase tão azul quanto o céu.

Para todos os lugares que olhávamos a paisagem era deslumbrante. Nem a água gelada do mar tirou a magia do lugar. Fizemos a famosa foto de dentro do túnel esculpido pela água e comemos nosso rápido almoço sentados na areia, sob ameaças de algumas gaivotas famintas que nos cercavam.

Em seguida, seguimos nosso caminho. A viagem estava chegando na reta final e nosso dia terminaria em Auckland, onde tudo havia começado alguns dias antes.

A despedida…

É curioso como um lugar pode ser muito diferente a cada vez que visitamos. Essa diferença pode se tornar perceptível quando há um hiato grande entre uma visita e outra, porque as memórias vão ficando mais desconexas. Mas como explicar a mudança de percepção com poucos dias entre uma visita e outra?

Foi justamente isso que vivenciamos na Nova Zelância. Nosso passeio começou e terminou por Auckland. Entre o primeiro contato com a cidade e o último, menos de vinte dias se passaram. Ainda assim, a cidade me pareceu bem diferente quando chegamos desta vez. Já mais habituados ao país, encantados por todas as experiências, parecia que a cidade era bem mais acolhedora. Ela mudou ou mudamos nós? Eis a questão.

Ficamos em Auckland por mais dois dias e aproveitamos para fazer os passeios ao Aquário e ao Monte Victória, que haviam ficado de fora da primeira etapa. Mais que simplesmente esgotar a lista de atividades, aproveitamos esses últimos dias para uma despedida da cidade e da Nova Zelândia em si. Depois de uma correria sem fim, desaceleramos um pouco para vivenciar melhor os momentos que ainda tínhamos por ali.

Não encontrei uma forma de terminar esse post à altura do que essa viagem proporcionou. Nem relatos, nem fotos fazem jus ao que é a Nova Zelândia. Talvez apenas a lembrança das cores, dos cheiros e das surpresas sejam compatíveis com a grandeza do país. A Nova Zelândia me fez buscar superlativos que eu nem sabia que existiam. 

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