Vancouver
Algumas pessoas já me perguntaram como os nossos destinos de viagem surgem. Pensando nesse questionamento, a única resposta honesta é que não há explicação.
Até temos uma lista de desejos para as viagens futuras, mas de vez em quando algum lugar aparece do nada e passa na frente dos que estão na lista há muitos anos. Ultimamente nossa vida tem sido tomada por desejos incontroláveis de descobrir e redescobrir lugares. Uma música, um filme, uma imagem, tudo isso tem sido o início das nossas aventuras.
Como quando resolvemos ir para a Patagônia e encontramos num livro a inspiração….
Esse post é sobre um breve período que passamos em Vancouver, mas faz parte de uma viagem ao Alaska, que também contou com uma breve parada em Seattle.
Pesquisando as possibilidades de passagens para o Alaska, verificamos que seria mais acessível ir para lá saindo do Canadá. Com isso, compramos a passagem, pela United, para Vancouver e, de lá, fomos de trem até Seattle, de onde, enfim, saímos em um voo doméstico para o Alaska.
Nossa preparação para o período no Canadá começou com a solicitação do visto eletrônico (ETA), através de um procedimento simples rápido e barato, feito exclusivamente on line, cabível apenas para quem chega ao país pela via aérea e já possui o visto americano.
Vencida a etapa burocrática, com as passagens compradas, era hora de planejar os três dias que ficaríamos em Vancouver. Aí bateu o desespero. Tempo curto e uma infinidade de coisas para fazer. Vancouver é uma cidade jovem, fundada no final do século XIX, mas é a terceira maior cidade do Canadá e a maior da região chamada British Columbia.
Depois de muita indecisão, optamos por priorizar os parques e a parte central da cidade, já que estávamos sem carro e os passeios seriam feitos a pé. Na nossa programação entraram os parques Stanley, Capilano e Elizabeth Queen. Além disso, inserimos o Aquário, Granville Island, Canada Place, Holy Rosary Cathedral e Fly Over.
Planejamento feito, enfim, chegou o dia da viagem. Compramos as passagens direto de Cuiabá, de onde estava previsto sairmos às 10h40mim. De lá iriamos até Guarulhos, de onde sairíamos às 22h20mim para Chicago, onde ficaríamos umas seis horas e seguiríamos para Vancouver.
Para variar…Não foi assim que aconteceu.
Enquanto estávamos nos preparando para ir ao aeroporto de Várzea Grande verificamos que havia ocorrido um problema com os radares no aeroporto de Guarulhos. Com isso a malha viária havia ficado uma confusão, com atrasos e cancelamentos de voos.
Na hora do nosso check in em Cuiabá já verificamos pelo Tripcase que o nosso voo de Guarulhos para Chicago havia sido cancelado. Essa informação ainda não constava no sistema da Azul, empresa aérea que operaria o voo até São Paulo, então nossos bilhetes foram emitidos como se nada estivesse acontecendo.
Mesmo assim, já cientes da situação, contatamos a UNITED para tentar realocação em outro voo. Conseguimos ser encaixados em um voo da American Airlines que também tinha Vancouver como destino final, mas ao invés de fazer conexão em Chicago, faríamos em Los Angeles.
Seguimos para GRU e lá passamos por todos os tramites para realocação no outro voo. Apesar da confusão no aeroporto, a situação transcorreu bem. Retiramos as bagagens, pegamos um Voucher no guichê da UNITED e fomos até a AA a fim de emitir os bilhetes. Despachamos as bagagens novamente e ficamos aguardando a partida.
A parte boa dessa confusão toda foi que tivemos um intervalo razoável entre os voos. Descobrimos um restaurante peruano adorável no terminal 2, que faz parte do programa Mastercad Airport Experience. Jantamos por lá e foi uma delícia, ainda mais depois da correria do dia.
O voo foi longo e cansativo, mas nada fora do comum. Chegamos em Los Angeles de manhã, fizemos imigração, trocamos de terminal, e, às 10h30, embarcamos com destino à Vancouver, onde chegamos por volta das 13h.
Fizemos imigração novamente, já que estávamos entrando em outro país, e, depois de perceber que não havia Uber em Vancouver, traçamos um plano B. Do aeroporto é possível ir, de trem, até o centro da cidade. Analisamos o mapa e verificamos que o Hotel que havíamos reservado não era muito longe de umas estações. O embargue e a viagem até o centro foram tranquilos.
Caminhamos algumas quadras carregando as malas, mas o trajeto foi mais fácil do que eu havia imaginado, pois as calçadas eram bem regulares.
As ruas estavam bem movimentadas, muitas delas fechadas para tráfego, com famílias passeando e aproveitando para curtir o sol da tarde. Primeira surpresa da viagem: faz calor no Canadá.
Chegamos ao Blue Horizon Hotel, fizemos o check in e já saímos em busca de algum lugar para comer. Andamos pelas redondezas e optamos pelo Red Robin, uma rede de hamburguerias bem comum na região que contava com boas avaliações.
O lugar é uma graça, super colorido, e a comida e as cervejas estavam ótimas. Terminamos nosso almoço e fomos andar pelo centro.
Que cidade linda. Apesar de movimentada, transmitia uma sensação de tranquilidade indescritível.
Fomos até o Canada Place e até o Fly Over, uma espécie de cinema 4D que possibilita uma ótima visão do país. O ingresso para a atração não era barato, cerca de 60 CD por pessoa, mas eu achei que valeu a pena.
Saímos de lá e fomos a uma farmácia que tem todas as coisas imagináveis. Eu adorei as farmácias nos Estados Unidos, mas no Canadá, principalmente na London Drugs, as farmácias foram elevadas a outra categoria. Lá havia equipamentos eletrônicos, inclusive de fotografia, snacks, produtos de beleza, artigos para viagem e uma infinidade de outras coisas. Ah, acho que tinha remédios também.
Assim encerramos nosso primeiro dia em Vancouver.
No outro dia, 18/06/2018, acordamos cedinho, tomamos café, passamos no Whole Foods, compramos algumas frutas e fomos andando até o Stanley Park.
O lugar é lindo, enorme, com muitas trilhas, lagos, espaço para crianças e muitos bichos, principalmente aves. É o tipo de lugar para ir sem pressa, com paciência e disposição para observar cada cantinho.
Passamos o dia andando por lá, fomos ao aquário, que também fica dentro do parque, e caminhamos ao lado do mar por alguns quilômetros, até o local de onde saia o Aquabus, (tipo um barco) para a Granville Island, uma ilhota que conta com um mercado público e muitas lojinhas e galerias de arte diferentonas.
Chegamos na Ilha por volta das 17h e terminamos o dia por lá. Enquanto caminhávamos pelas ruas da ilha fiquei imaginando como descreveria o lugar. Peculiar, talvez, seja uma boa palavra.
O fato é que se trata de um lugar encantador, mas que parece ser totalmente desconectado da realidade. Somente indo até lá e se perdendo pelas ruas coloridas e enfeitadas para entender.
Comemos algumas besteiras no Public Market, ficamos flanando por algumas horas e pegamos nosso barquinho para a volta. Chegamos no local de onde havíamos partido mais cedo e voltamos para o Hotel caminhando, onde acompanhamos o pôr do sol, por volta das 21h, direto da sacada do apartamento.
No dia 19/06/2018, acordamos cedinho, como de costume, e fomos tomar café da manhã no simpático Cora Breakfast. Nunca vi um prato de café da manhã tão diferente, com tantas coisas misturadas. Ainda assim estava tudo delicioso (embora eu tenha tido um trabalho absurdo para separar tudo antes de comer).
Terminamos o café e pegamos um transfer gratuito até o Capilano, um parque muito interessante localizado em Noth Vancouver, onde está localizada a Capilano Suspension Bridge, uma ponte construída a 70 metros de altura, com mais de 100 metros de extensão. Atravessar a ponte é uma experiencia incrível, embora eu seja bastante medrosa e tenha ficado um pouquinho preocupada com o balanço constante.
Ficamos no Parque até as 13h, voltamos para a cidade, almoçamos em um restaurante bem tranquilo no centro e fomos até o Elizabeth Queen, de metrô. O parque é bonito, com um jardim muito bem cuidado, mas, na minha opinião, não é um passeio imperdível.
Aqui me sinto na obrigação de fazer uma ressalva: Eu estava com uma dor de garganta terrível e talvez minha percepção quanto ao parque tenha sido contaminada pelo mal-estar físico. Ficamos no Parque até o fim da tarde e voltamos para o Hotel para descansar e arrumar as coisas. No dia 20/06/2018 já deixaríamos Vancouver, então era chegada a hora de se despedir do Canadá.
Os poucos dias em Vancouver me convenceram de muitas coisas. Acho que se tivesse que escolher um local para morar, que não o Brasil, escolheria o Canadá. Realmente Vancouver é uma cidade efervescente. Muita gente, muita cor e muita receptividade. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas são gentis, tranquilas e parecem estar muito de bem com a vida.
Diferentemente de outros lugares, em que uma ou outra coisa especificas chamam atenção, Vancouver se destaca pelo conjunto. É um lugar acolhedor, que realmente nos abraça. Difícil não se sentir em casa em um lugar assim.