Paris – Da Torre Eiffel aos artistas de Montmartre

A segunda etapa do nosso passeio por Paris começou com um ótimo café da manhã no Vigouroux, um simpático café nas imediações do Les Halles. De lá mesmo já fomos até a estação e, de metrô, seguimos até o Arco do Triunfo, pra aproveitar mais uma atração incluída no passe de museus que havíamos comprado (falamos dele no primeiro post de Paris).

Chegamos no Arco e ficamos nas redondezas, tirando fotos e apreciando a paisagem. Algum tempo depois, decidimos encarar as escadas e subir até o topo. De lá avistamos Paris: Imponente, deslumbrante, cortada pelo Rio Sena. A vista de cima do Arco é impressionante. Na minha opinião, incomparavelmente mais bonita do que a partir da Torre Montparnasse.

Para variar, havia uma infinidade de coisas para fazer no restante do dia. Então, terminamos o passeio pelo Arco e seguimos pela Champs Elysées, onde paramos na confeitaria Laduree, o lugar mais recomendado para provar os famosos macarons. Não resistimos e, além deles, provamos também as madeleines. Os doces não foram baratos e se rolar a conversão para real dá até um dorzinha no coração, mas lembrando do gosto maravilhoso das guloseimas, posso assegurar que valeram cada centavinho de euro.

Continuamos o trajeto e, depois de algum tempo de caminhada, passamos pela Ponte Alexandre III, que fica no caminho para o Museu dos Inválidos, para onde estávamos indo. A ponte é muito bonita e bem fotogênica, então, vale uma passadinha com mais calma para observar os detalhes.

Chegamos ao Museu perto do meio dia. Andamos por algum tempo entre as salas de exposição, mas é tanta informação e tantas peças que até cansa um pouco. De todo modo, tem pessoas que gostam bastante, então, acho que pode ser interessante.

Encerramos o passeio com uma visita ao túmulo de Napoleão, que fica pertinho do Museu, mas em um prédio separado. Aliás, ali sim é um tumulo de respeito viu. As construções de Paris na época de Napoleão já mostram que ele não era lá muito humilde. Mas o tumulo dele é uma coisa totalmente sem comparação.

Terminada essa parte do roteiro, enfim, era a hora de seguir para a Torre Eiffel. Ela é tão grande, que é avistada de muitos lugares na cidade. Quase todas as noites íamos até a ponte perto do Hotel para observá-la. Me lembro detalhadamente da minha alegria quando a vi com as luzes acesas pela primeira vez. Repetia para mim mesma que estava em Paris e mal podia acreditar nisso.

 Havíamos comprado on line os ingressos para subir com bastante antecedência e chegamos à Torre bem antes do horário marcado. Enfrentamos uma fila gigante e um frio absurdo. Para chegar até a torre não é necessário comprar ingressos, bastando apenas enfrentar uma fila para inspeções de segurança e raio x. Você só precisa de ingressos caso queira conferir a vista de lá de cima.

Alguns podem achar que o esforço não vale a pena, mas eu acho que isso não é nada perto da magia de subir até o topo de uma das construções símbolo de Paris. A vista é magnifica e nem o frio ou vento atrapalharam o momento lindo que tivemos.

Ficamos algum tempo por lá, descemos e fomos até o Trocadero, de onde se tem uma linda visão da torre em si. O lugar estava bem cheio, com bastante gente aguardando o pôr do sol. Por lá, têm muitos vendedores ambulantes e bastante movimento, então é preciso ficar esperto. Ainda assim, é indubitável que é um excelente lugar para as fotos. Ainda mais com o sol do fim da tarde, fazendo com que a Torre, ao invés de acobreada, ganhe lindos tons dourados.

Tiramos algumas fotos e fomos procurar um restaurante nas redondezas. Encontramos um aconchegante restaurante italiano chamado Brasserie Italianne. Tivemos um jantar delicioso e voltamos para o Trocadero já à noite, aproveitando para tirar algumas fotos com a Torre iluminada. Depois de um dia super cheio, voltamos para o Hotel de metro.

O dia seguinte foi dedicado basicamente ao Louvre. É o maior museu do mundo, então não dá para achar que uma passadinha por lá é suficiente. Como o acervo é muito grande, olhamos antes as coisas que queríamos ver, traçamos um plano de visita e fomos apenas nos nossos pontos de interesse.

Começamos pela parte de antiguidades egípcias, talvez a parte que mais estávamos curiosos para ver. Ficamos fascinados com o tamanho das obras trazidas por Napoleão desde o Egito. Vimos ainda as esculturas gregas e romanas, tão impressionantes quanto.

Depois de passarmos pela área de pinturas italianas fomos para as obras da Mesopotâmia e Pérsia, onde está o Código de Hamurabi. Vimos ainda uma das mais emblemáticas obras da arte francesa, A Liberdade Guiando o Povo, de Delacroix.

Havíamos lido antes em diversos lugares que a quantidade de visitantes é tão grande que as vezes é quase impossível ver as obras mais famosas, como a Monalisa. Tivemos sorte, apesar de bastante gente na sala, conseguimos ver a pequenina obra sem problemas.

Passamos praticamente o dia todo no Louvre. Fizemos uma pequena pausa para o almoço, lá dentro mesmo (tem até um Starbucks), e andamos até o momento em que as forças estavam se esgotando.

Saímos de lá e fomos ao Café Angelina, bem perto do Jardim Tuileries. Tomamos chocolate quente e comemos uns doces. Estava bem gostoso e vale a visita pelo contexto. O local tem um salão muito bonito e tem certa importância histórica para a cidade.

Depois, fomos ao Jardim de Tuileries, que estava ainda mais lindo por conta do sol, que começava a se por. Ficamos algum tempo por lá e seguimos para a Praça de La Concorde. Tiramos algumas fotos e seguimos para o restaurante Rellais Entrecôt, bem famoso e bem avaliado.

Depois de uma caminhada e alguns minutos na fila de espera, enfim, jantamos. O restaurante serve apenas o entrecot com molho misterioso e fritas. É quase um fast food, de tão frenético que é o ritmo. Pelo que notei, eles servem a refeição em duas porções. Apesar do jeitão meio maluco e da falta de tranquilidade, a comida estava ótima e eu recomendo muito um jantar no restaurante.

O dia 05/04 foi dedicado ao Castelo de Versalles. Tomamos um café da manhã no caminho para a estação de trem, em um simpático lugar chamado Maison Pradier. De lá, demos uma breve passadinha na loja Decathlon para reforçar os agasalhos e pegamos o trem para Versalles.

Chegar a Versalles é bem simples. Há vários trens diários, que partem de diversos pontos da linha do RER e te deixam a uma curta caminhada do palácio. Descemos na estação de trem da cidade por volta das 12 h, paramos em uma brasserie maravilhosa (Aux Pains de la Ferme), bem pertinho da estação de trem, compramos uns sanduíches de respeito e fomos caminhando até o Palácio.

Deixamos as mochilas no guarda volumes e começamos o passeio pelo interior do palácio, esperando a luz melhorar um pouco para a área do jardim.

O Palácio é indescritivelmente luxuoso. E exagerado. E colorido. Milhares de pinturas, esculturas, espelhos, cristais… Achei uma visita bem interessante, principalmente por conta das explicações do áudio guia (tem em português!). É possível ter uma noção bem completa da vida da nobreza, principalmente da total falta de privacidade.

Encerrada a visitação ao palácio, seguimos para o famoso jardim. A visita aos jardins é gratuita em dias comuns, quando não estiverem ocorrendo as apresentações das águas. No dia em que fomos, uma sexta feira, as apresentações estavam acontecendo, então tivemos que pagar a entrada, que custou 19 euros para os dois.

Os jardins são imensos, com muitas fontes e obras de arte espalhadas. Mesmo assim, não me chamou muita atenção. O espetáculo das águas também não foi lá essas coisas.

Não sei se nossa impressão dos jardins foi por termos feito a visita ainda no início da primavera, ou se toda a beleza dos jardins que vimos em Paris ofuscou um pouco a grande atração de Versalles, de todo modo, é quase que uma visita obrigatória para quem vai à Paris.

Saímos de lá à tardinha e voltamos para Paris de trem. Chegamos ao hotel, trocamos de roupa e saímos para jantar. Escolhemos o Comptoir Saint-Honoré e não nos arrependemos. A comida e o vinho estavam excelentes.

Já estávamos em Paris há alguns dias e o clima contagiante da cidade já estava impregnado nas nossas vidas. Ao mesmo tempo que essa familiaridade recém adquirida era fascinante, sabíamos que ela significava também que a hora de partir estava chegando.

Nosso penúltimo dia na França começou em grande estilo. Ao invés de acordar cedo como nos outros dias, nos demos ao luxo de dormir até mais tarde. Juntamos duas refeições e fizemos um brunch no Cafe Mimosa, um café adorável, escondidinho em uma rua tranquila da cidade.

Tivemos muita sorte, pois mesmo sem reserva, conseguimos uma mesa rapidinho. Tudo o que foi servido estava maravilhoso: ovos, salada de salmão defumado, bebidas, pães, bolos. Só de lembrar já bate aquela fome.

Terminamos nossa refeição e, depois de conhecer a famosíssima Galeries Lafayette, seguimos para o Bairro Montmatre, onde está localizada a Catedral do Sagrado Coração. Além da Igreja, o bairro é conhecido por ser uma região bem artística da cidade, o que me chamou bastante atenção e, por óbvio, ganhou meu coração.

Não é preciso andar muito para se encantar pelo lugar. Pintores, cantores, pessoas dançando, grafiteiros… Tanto talento espalhado pelas ruas que as vezes eu mal sabia para onde olhar.

Até fomos à igreja para ver a construção e a vista da cidade, mas não tivemos muita paciência para esperar o pôr do sol. Era gente demais e uma vista razoável. Ficamos poucos minutos por lá e descemos, parando no caminho para apreciar uma banda que tocava descontraidamente por uma das ruas.

Continuamos nossa caminhada com destino ao Moulin Rouge, de onde tiramos algumas fotos apenas da fachada. Depois que a programação da viagem estava delineada, me arrependi de não ter inserido uma visita a um dos espetáculos da casa de show, mas talvez isso seja um bom pretexto para voltar à Paris.

No caminho para o Hotel paramos e uma loja de queijos e compramos uma tábua com vários deles. Passamos em um supermercado e compramos uma garrafa de champagne. Encerramos nossa noite apreciando a excelente combinação de queijos e vinhos, mais uma vez.

Enfim, amanheceu e era dia 07/04. O dia de dizer au revoir. Saímos do Hotel para tomar café, voltamos, fizemos o check out e seguimos para a estação de trem, de onde partimos para a Bélgica.

A despedida de lugares que nos enchem de alegria é sempre muito dolorida. Fica a sensação de que precisaria de mais tempo, mais vidas. A parte boa é que, junto com esse sentimento, um outro, de agradecimento e contentamento, também nasce com as despedidas. Viver é muito melhor quando é possível ver o mundo pelos nossos próprios olhos. Ter as nossas próprias opiniões sobre lugares, pessoas…

Eu havia lido e ouvido uma infinidade de coisas sobre Paris. Posso dizer, sem dúvida alguma: tudo que eu ouvi de bom foi pouco diante da minha percepção e tudo que ouvi de ruim não chegou nem perto de acontecer. Para mim, foi uma experiencia incrível, que enriqueceu a minha alma e alimentou um pouco a inquietude inerente aos meus pensamentos.

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2 Resultados

  1. Vera Lucia Bertolin disse:

    Lindas fotos. Adorei o relato de viagem, dá vontade muito vontade de ir tbém.

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